O IRB-Brasil Re comprou uma participação de 4,8% na Africa-Re. Com a aquisição, o IRB passa a ser o quarto maior acionista da companhia, que lidera o mercado africano, com 10% do total ressegurado.
Segundo o presidente do IRB, Leonardo Paixão, o mercado africano equivale ao brasileiro, com cerca de US$ 3 bilhões contratados, para um total segurado de US$ 66,7 bilhões. No Brasil, o IRB detém aproximadamente 40% do mercado, que tem R$ 5,7 bilhões em resseguros, para cerca de R$ 100 bilhões segurados.
Com a fatia que comprou, segundo Paixão, o IRB se posiciona em um mercado em crescimento acelerado e começa a diversificar seu portfólio, que hoje tem somente 5% de risco no mercado internacional. A meta é elevar a metade da carteira, até 2015.
"A gente está olhando lá para a frente. É um movimento estratégico", disse o presidente do IRB em entrevista ao Valor, na sede da companhia. Além de expor o IRB indiretamente a 0,5% do mercado africano, a participação na Africa-Re dá acesso ao mercado e amplia as possibilidades de parceria entre os dois resseguradores, que têm estratégias complementares naquela região.
A Africa-Re opera em praticamente todos os países do continente, mas, segundo Paixão, é pequena em Angola e inexpressiva em Moçambique, dois países dos quais o IRB já vem se aproximando. No mercado angolano, por exemplo, o IRB está atento para atuar na concessão de crédito rural, um produto que ainda não existe no país, mas que pode crescer com os esforços do governo de recriar a agricultura, arrasada pela guerra civil no campo.
Mas, mesmo quando for atender o interesse de clientes brasileiros naqueles mercados, o IRB quer se beneficiar da aproximação adquirida via Africa-Re. "Não adianta conhecer a Vale e a Odebrecht se não conhecer os seguradores da região, as condições do mercado e as regras."
Ao entrar na Africa-Re, o IRB se junta a aproximadamente 100 resseguradores e seguradores locais, que também compõem o capital da companhia. As maiores fatias, porém, são detidas pelos bancos de desenvolvimento da África, da Alemanha e pelo IFC, o braço de financiamento ao setor privado do Banco Mundial, cada um com aproximadamente 9% cento. Também detêm participações os bancos de desenvolvimento francês e holandês. A fatia comprada pelo IRB foi o remanescente não subscrito de um aumento de capital.
Fonte: Valor Econômico/Marcelo Mota | Do Rio
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