SÃO PAULO - A Justiça Federal do Paraná determinou nesta quinta-feira a quebra do sigilo bancário de transferências da Petrobras para algumas empresas envolvidas na construção da Refinaria do Nordeste (Rnest), no âmbito da operação Lava-Jato da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro.
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O custo total da refinaria em Pernambuco, que deverá começar a operar no fim do ano, está estimado atualmente em cerca de 20 bilhões de dólares, várias vezes superior ao montante orçado inicialmente.
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A Justiça ainda determinou nesta quinta-feira a quebra de sigilo bancário do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e de alguns familiares, informou a assessoria de imprensa da instituição.
Costa foi preso em meados de março.
Em abril, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, recebeu a visita de um delegado e três agentes da Polícia Federal que pediram a entrega de documentos sobre uma contratação específica realizada pela estatal.
No âmbito da operação Lava-Jato, a PF investiga movimentações financeiras atípicas que superam 10 bilhões de reais.
A Justiça determinou a quebra de sigilo de transferências bancárias da Petrobras para o Consórcio Nacional Camargo Corrêa, Camargo Corrêa SA, Sanko Sider e Sanko Serviços.
O Ministério Público Federal pediu a quebra do sigilo de operações realizadas entre 1 de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2013, o que foi concedido pela Justiça.
Procurada, a Petrobras não retornou imediatamente pedido para comentar o assunto.
O foco da Justiça sobre a Rnest ocorre num momento em que os negócios da estatal relacionados a outra refinaria, a de Pasadena, nos Estados Unidos, são investigados por diversos órgãos.
A compra da refinaria em Pasadena será investigada, inclusive, por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) composta por deputados e senadores, já criada.
(Fonte: Reuters/Reportagem de Roberto Samora)