A Petrobras divulga nesta quinta-feira o resultado financeiro do primeiro trimestre. A expectativa dos analistas é que a estatal registre lucro líquido entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões entre janeiro e março deste ano. Será maior que o R$ 1,16 bilhão do mesmo período do ano passado, quando a empresa ainda sofria os impactos da pandemia.
Neste início de ano, apontam analistas, o resultado vai ser influenciado pelo forte aumento do preço do petróleo no mercado internacional, que chegou a encostar em US$ 140 por conta da guerra na Ucrânia.
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Especialistas lembram que os maiores ganhos com o petróleo e a venda de derivados vão ajudar a aumentar o lucro da empresa neste início de ano, apesar do avanço de 1% no total da produção.
Desde janeiro, a estatal reajustou os preços do diesel e da gasolina duas vezes nas refinarias. No caso da gasolina, a alta chegou a 24,9%. No diesel, o aumento foi de 35% nas refinarias.
Dois reajustes no ano
O aumento nos preços desagradou a Jair Bolsonaro, que demitiu o então presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna. Em seu lugar, foi nomeado José Mauro Coelho, ex-secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME).
Rafael Chacur, sócio da SFA Investimentos, diz que a estimativa para Petrobras é positiva. A estatal informou recentemente que a venda de derivados no primeiro trimestre teve alta de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi influenciado pelo forte avanço da gasolina, com alta de 17,3%, e queda de 2,1% no caso do diesel.
— Apesar de volumes menores (no caso do diesel), acredito que, por conta valorização do petróleo, deveremos ver uma receita líquida em torno de R$ 150 bilhões, e uma geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda, em torno de R$ 75 bilhões — disse Chacur, destacando que prevê um lucro líquido de cerca de R$ 30 bilhões.
O Itaú BBA, por sua vez, prevê ganho de R$ 46,2 bilhões, maior que os R$35,8 bilhões previstos pelo Credit Suisse.
Em 2021, a estatal teve lucro recorde de R$106 bilhões, considerando o ano fechado. Parte do mercado financeiro aposta que a empresa possa anunciar dividendos entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões, com base nos resultados do ano passado.
A produção da empresa teve alta de 1,1% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, para 2,796 milhões de barris de óleo equivalente por dia.
Especialistas destacam ainda que a venda da Refinaria na Bahia (antiga RLam), concluída no fim do ano passado, vai afetar parte das receitas no segmento.
Fonte: O Globo