A petrolífera anglo-holandesa Shell registrou um aumento de 630% no lucro líquido do primeiro trimestre, para US$ 3,5 bilhões, em relação aos três primeiros meses de 2016.
A receita da companhia somou US$ 71,8 bilhões de janeiro a março, alta de 48% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Assim como quase todo o setor tem demonstrado no trimestre, a melhoria dos resultados foi beneficiada pelas iniciativas de redução de custos e por uma recuperação de quase 60% nos preços do petróleo.
No caso específico da Shell, as ações de cortes de custos acompanharam ainda o processo de incorporação da petrolífera britânica BG, que impulsionou a presença da companhia em mercados de rápido crescimento em gás natural e nos cobiçados campos de águas profundas do Brasil.
“[O ano de] 2016 foi de transição, e 2017 é o ano em que caminharemos para a entrega de resultados”, afirmou Jessica Uhl, diretora financeira da Shell, à imprensa.
Os investidores reagiram positivamente aos resultados, elevando as ações da companhia em mais de 3% na bolsa de Londres.
O desempenho da Shell reflete uma forte melhora nos lucros das principais petrolíferas no primeiro trimestre, deixando os investidores esperançosos de que as empresas possam estar no caminho da recuperação após uma queda acentuada nos preços do petróleo desde 2014.
A Shell disse que o lucro ajustado a custos de substituição — um número semelhante ao lucro líquido reportado pelas petrolíferas dos Estados Unidos — subiu para US$ 3,4 bilhões nos primeiros três meses do ano, contra US$ 814 milhões no mesmo período de 2016. No comparativo trimestral, a empresa informou ter visto maiores ganhos em todos os segmentos de negócios.
O fluxo de caixa das atividades operacionais foi de US$ 9,5 bilhões, contra US$ 700 milhões no primeiro trimestre de 2016 e suficiente para cobrir os dividendos da empresa para o período. A melhoria deve tranquilizar os investidores sobre o impacto que a queda nos preços do petróleo teria em seus retornos de caixa.
A empresa ainda está trabalhando em manter a pressão sobre os custos e a eficiência operacional para fortalecer ainda mais o fluxo de caixa. A companhia disse que já duplicou sua geração de caixa desde a última vez que os preços do petróleo estavam em um nível similar, sendo que apenas parte disso foi impulsionado pela maior produção.
No trimestre, a produção da Shell subiu 2,5%, para 3,7 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia.
A companhia também fez progressos na redução da dívida, que subiu acentuadamente no ano passado, quando a Shell necessitou de financiamento para pagar a aquisição da BG. Já foram completados mais de dois terços de um ambicioso programa de desinvestimento de US$ 30 bilhões, considerado crucial para seu plano de racionalizar seu portfólio no próximo ano.
Fonte: Valor