Impulsionada por melhores resultados em suas cinco divisões de negócios, a americana Cargill, maior empresa de agronegócios do mundo, registrou lucro líquido consolidado de US$ 975 milhões no primeiro trimestre de seu exercício 2013, encerrado em 31 de agosto. Em igual intervalo do ano-fiscal anterior, o lucro apurado foi de US$ 236 milhões.
A Cargill divide seus negócios em cinco segmentos: serviços agrícolas, ingredientes alimentícios, originação e processamento, industrial e financeiro e gerenciamento de risco. Juntos, eles geraram vendas de US$ 33,8 bilhões entre os meses de julho e agosto, ante os US$ 34,6 bilhões do mesmo período do ano passado.
O salto de 313% do lucro líquido e a queda de 2,3% das vendas são faces de uma mesma moeda, já que a queda da oferta global de grãos decorrentes de estiagens no Hemisfério Sul na safra 2011/12 e no Hemisfério Norte no ciclo atual 2012/13 levou à escalada das cotações de commodities como milho, soja e trigo, que são originados, processados e comercializados pela companhia, a níveis recordes.
"Agora, mais do que nunca, a Cargill está usando sua expertise e sua compreensão do mercado para ajudar seus clientes a gerenciar os negócios nesses tempos de oferta apertada, preços elevados e volatilidades nos mercados", diz Greg Page, "chairman" e CEO da múlti, em comunicado.
Nesse sentido, o executivo lembrou que a Cargill investiu cerca de US$ 8,1 bilhões nos últimos dois anos em produtos e serviços voltados a seus clientes.
De acordo com informações da empresa, o impacto da seca nos Estados Unidos - a pior em mais de 50 anos - e na região no Mar Negro, sobretudo na Rússia, ainda terá desdobramentos em seus negócios. E o ponto chave é como a demanda global por alimentos e rações vai se ajustar nos próximos meses se os preços de suas matéria-primas seguirem nos patamares atuais.
Nesse contexto, informou a Cargill, os reflexos da estiagem sobre suas atividades continuarão "mistos" nos próximos meses, já que a adversidade mudou o curso normal da distribuição mundial das commodities afetadas e levou os importadores a ampliarem as compras fora dos Estados Unidos. As exportações brasileiras de milho, por exemplo, dispararam com o aperto da oferta no Hemisfério Norte.
Fonte: Valor / Bettina Barros e Fernando Lopes
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