O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou o major-general Manuel Quevedo como ministro do Petróleo e presidente da estatal PDVSA com a promessa de iniciar uma "reestruturação total" na petroleira, que está envolvida em denúncias de corrupção.
"Assumo a responsabilidade plena dessa transformação revolucionária e dos passos que vamos dar contra a corrupção, contra a bandidagem, para a limpeza da PDVSA", disse Maduro em seu programa dominical na rede oficial de televisão VTV.
PUBLICIDADE
Essas posições na indústria petroleira de Venezuela, principal fonte de divisas do país membro da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), permaneceram nas mãos de civis por mais de uma década durante o governo socialista.
"Os escândalos de corrupção acabaram enfraquecendo os últimos técnicos que restavam na PDVSA. O militares conseguiram o que esperavam. O prognóstico é obscuro", disse Francisco Monaldi, especialista em energia do Instituto Baker.
Quevedo não é um profissional da área como seus antecessores nem um político de influência. Ele substitui o químico Nelson Martínez na PDVSA e Eulogio Del Pino, um engenheiro que estudou em Stanford, na pasta do Petróleo.
A oposição afirma que a PDVSA está mergulhada em casos corrupção e que uma investigação do Congresso concluiu que ao menos US$ 11 bilhões "desapareceram" entre 2004 e 2014.
O objetivo definido para a gestão do major-general é elevar a produção de petróleo da Venezuela, que hoje está em 1,9 milhões de barris/dia, contra 2,27 milhões em 2016.
Não ficou claro como o novo chefe da estatal irá aumentar a produção de petróleo, perto do menor nível em 30 anos e em meio a uma profunda recessão e sanções dos EUA que impediram o acesso da Venezuela aos bancos internacionais.
"Chegou o momento para uma nova revolução do petróleo", disse o ditador, exortando Quevedo a impulsionar a produção de petróleo, melhorar as refinarias e aumentar o abastecimento de gasolina.
CHAVISTA
No Twitter, Quevedo se descreveu como "soldado das pessoas, um chavista e apoiador do presidente Nicolas Maduro", não é uma figura política proeminente na Venezuela.
A mudança no comando da estatal ocorre depois da prisão do chefe da empresa, José Ángel Pereira, e de cinco diretores sob a acusação de refinanciarem uma dívida de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) da Citgo causando prejuízo ao regime chavista.
Antes, Maduro já havia indicado ex-ministro do Petróleo Asdrúbal Chávez, primo do ex-presidente Hugo Chávez (1954-2013), para presidir a Citgo.
A petroleira estatal entrou em calote parcial após não pagar os juros de seus títulos da dívida.
Fonte: Folha SP