O mercado do petróleo tem sido agitado nas últimas semanas por rumores de que três grandes companhias petroleiras europeias preparam-se para comprar os ativos da americana Anadarko Petroleum no Brasil, num negocio estimado em mais de US$ 3 bilhões.
Jakob Thomasen, presidente da dinamarquesa Maersk Oil, uma das três companhias que estariam interessadas, evitou em entrevista ao Valor, em Davos, confirmar o negócio alegando que não comenta "rumores".
Mas o executivo imediatamente explicitou dois pontos: primeiro, Maersk Oil quer se expandir no Brasil e não exclui aquisições. E segundo, "gosta" dos ativos que a americana Anadarko quer vender no pré-sal. "Os ativos que a Anadarko está vendendo são bons, estão próximos de alguns dos nossos blocos, e gostamos daqueles blocos", afirmou o executivo.
As informações publicadas na Europa são de que a Maersk, a francesa Total e a norueguesa Statoil fariam juntos uma oferta para aquisição de blocos da Anadarko até amanhã. A companhia americana contratou em setembro o Citigroup, Morgan Stanley e Scotia Waterous para coordenar a venda de seus blocos.
A Maersk tem seis blocos na bacia de Campos. A expectativa é de explorar mais onze poços este ano. Os investimentos previstos para o Brasil ficam por volta de US$ 200 milhoes em 2012 - sem eventual negocio envolvendo a Anadarko.
Como outras empresas, a dinamarquesa constata que o mercado aquecido no Brasil aumentou o custo de investimentos. Outra preocupação é com a exigência de conteúdo local nos equipamentos para exploração, inclusive, para o pré-sal.
"A ideia do conteúdo local é interessante, mas acho que todas as companhias no Brasil vão enfrentar o desafio de como executar os projetos", afirmou, em referência as dificuldades dos fornecedores na entrega de equipamentos necessários a exploração de petróleo.
Além do Brasil, a Maersk Oil produz petróleo e gás na Dinamarca, Noruega, Catar, Angola, Grã-Bretanha, Golfo do México e Cazaquistão. "O que fazemos é projeto robusto comercialmente, sem estar focados na volatilidade do preço do petróleo", afirmou Thomasen.
Fonte: Valor Econômico/Por Assis Moreira | De Davos
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