De olho em seu projeto de expansão de US$ 13 bilhões, a maior refinaria de petróleo da Índia diz que os combustíveis fósseis continuarão a ser peça fundamental da matriz energética do país.
A Indian Oil Corp. planeja aumentar a capacidade de processamento de petróleo em 30% nos próximos cinco anos para elevar a produção de gasolina e diesel, além de produtos petroquímicos, disse o presidente do conselho da empresa, Shrikant Madhav Vaidya, em entrevista. Isso dará à Indian Oil capacidade para refinar 2,15 milhões de barris por dia.
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A grande aposta da Indian Oil ajudará a atender a um esperado aumento do consumo de energia do país, embora contraste com a transição para o fim dos combustíveis fósseis em alguns consumidores-chave de petróleo. Isso inclui a rival indiana Reliance Industries, com o maior complexo de refino do mundo, que no ano passado sinalizou uma mudança em direção a alternativas mais limpas de gasolina e diesel.
“Acredito firmemente que todas as formas de combustível terão um lugar, os combustíveis fósseis estarão lá”, disse Vaidya. “Haverá demanda para tudo o que investimos. O consumo está crescendo, e a segurança energética é minha maior preocupação, o que pode não ser uma preocupação para o mundo desenvolvido.”
No ano passado, a Agência Internacional de Energia previu que o crescimento do consumo de petróleo da Índia ultrapassaria o da China em meados da década de 2020 e tornaria o país um mercado atraente para investimentos em refinarias. A produtora russa de petróleo Rosneft já está presente no país após a compra da refinaria Essar Oil - agora conhecida como Nayara Energy -, enquanto a Saudi Aramco busca comprar uma participação em uma divisão da Reliance.
Mas a Indian Oil já dá alguns passos em direção a um futuro mais verde. A refinaria testa o uso de hidrogênio para transporte, tem misturado mais etanol à gasolina, investe em tecnologia de baterias e tem planos de abastecer todas as novas unidades em suas refinarias com energia renovável.
“Estamos investindo em energia solar e eólica em grande escala, podemos usar a rede para transmitir essa energia às nossas usinas”, disse Vaidya.
Fonte: Valor