A Petrobras abandonou a exploração de um bloco de petróleo no mar de Cuba, disse uma autoridade do governo brasileiro ontem. O bloco, recebido em concessão pela estatal brasileira em meio a grande entusiasmo em 2008, não apresentou resultados, segundo Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais da presidente Dilma Rousseff.
Ao ser questionado se a Petrobras havia abandonado o bloco, ele respondeu: "Sim, isso já foi decidido algum tempo atrás. A Petrobras se retirou daquele bloco. Lamentamos, mas a verdade é que você precisa trabalhar com elementos tangíveis e não havia segurança sobre isso nesse bloco".
A decisão parece ser um golpe para a esperança de Cuba de ganhar com o petróleo em suas áreas no mar ainda não exploradas, que, segundo o país, contêm 20 bilhões de barris de petróleo.
A Petrobras se comprometeu com um dos 59 blocos offshore em outubro de 2008 em cerimônia em Havana, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente cubano Raul Castro.
Lula, aliado do líder cubano Fidel Castro, prometeu que a Petrobras encontraria petróleo na ilha caribenha, que é extremamente dependente de importações da Venezuela, aliado rico em petróleo.
Garcia se desculpou pela decisão brasileira de abandonar o bloco. "Nós sentimos muito e a verdade é que... o Brasil precisa se concentrar em sua própria exploração de petróleo", disse Garcia em coletiva de imprensa. "Nós agora temos grandes reservas, talvez uma das maiores reservas do mundo". Procurada, a Petrobras informou que não vai comentar imediatamente o assunto.
Já a espanhola Repsol deve perfurar pelo menos um poço em Cuba ainda este ano e depois passá-lo para a companhia estatal da Malásia, Petronas. A indústria do petróleo está acompanhando o projeto da Repsol de perto. Caso ela encontre reservas significativas, outras empresas vão querer explorar as águas cubanas.
Fonte: Valor Econômico/Marc Frank e Jeff Franks | Reuters, de Havana
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