BRASÍLIA - A balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 1,168 bilhão em agosto, informou nesta segunda-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Esse é o pior resultado para o mês desde 2001, quando houve um saldo positivo de US$ 634 milhões. No mesmo mês do ano passado, o superávit foi de US$ 1,222 bilhão.
No mês, foram US$ 20,465 bilhões em exportações e US$ 19,297 bilhões em importações. Dessa forma, o resultado acumulado no ano é superavitário em US$ 259 milhões.
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Somente a quinta semana de agosto teve um superávit de US$ 1,034 bilhão, com exportações de US$ 5,355 bilhões e importações de US$ 4,321 bilhões.
Importações
As importações brasileiras tiveram uma leve alta em agosto na comparação com o mesmo mês de 2013 de acordo com a média diária. Ela passou de US$ 918,3 milhões por dia em agosto de 2013 para US$ 918,9 para o último mês, o que representa uma alta de 0,1%.
Em valores absolutos, as importações passaram de US$ 20,202 bilhões no oitavo mês de 2013 para US$ 19,297 bilhões em agosto deste ano. Houve, porém, mais dias úteis em agosto de 2013, por isso a diferença nas médias diárias.
O crescimento nas importações se deve à alta nas compras internacionais de combustíveis e lubrificantes, que avançaram 30,6%. Isso resulta, segundo o Mdic, tanto de crescimento nas quantidades embarcadas quanto em uma alta no preço de petróleo, gás natural, naftas e gasolina.
Por outro lado, caíram as importações de bens de consumo (8,2%), bens de capital (7,3%) e matérias-primas e intermediários (1,1%).
Exportações
O resultado positivo da balança comercial em US$ 1,168 bilhão em agosto foi diretamente influenciado pela entrada de US$ 1,116 bilhão referente a venda de plataforma para extração de petróleo. Com isso, as exportações somaram US$ 20,465 bilhões no mês passado, o que representa alta de 0,1% sobre agosto de 2013.
Segundo dados do Mdic, as exportações de produtos básicos renderam ao país US$ 9,802 bilhões; os manufaturados, US$ 7,481 bilhões e os semimanufaturados, US$ 2,563 bilhões.
Em termos percentuais, na comparação com agosto de 2013, as exportações de manufaturados cresceram 3,8% pela média diária, enquanto registraram queda as vendas de básicos (-3,3%) e semimanufaturados (-1,8%).
Pelos dados do ministério, no grupo de manufaturados, quando comparado a agosto de 2013, cresceram as vendas principalmente de plataforma para extração de petróleo (US$ 1,116 bilhão), laminados planos (expansão de 80% para US$ 110 milhões), óleos combustíveis (+61,9% para US$ 366 milhões), tubos de ferro fundido (+42,1% para US$ 152 milhões).
Já no grupo dos básicos houve uma redução das vendas de milho em grão (-29,7% para US$ 475 milhões), minério de ferro (-24,3% para US$ 1,9 bilhão), soja em grão (-22,7% para US$ 2,1 bilhões) e fumo em folhas (-21% para US$ 251 milhões). Por outro lado, aumentaram as vendas de algodão em bruto (+80,7% para US$ 153 milhões), café em grão (+ 49,4% para US$ 511 milhões) e petróleo em bruto (+43,4% para US$ 1,5 bilhaõ).
Quanto aos semimanufaturados, tiveram queda as vendas, principalmente, do açúcar em bruto (-28,2% para US$ 750 milhões), celulose (-14,9% para US$ 409 milhões) e alumínio em bruto (-6,4% para US$ 51 milhões). Mas houve aumento nas vendas de ferro/aço (+47,4% para US$ 274 milhões), ferro-ligas (+39,3% para US$ 205 milhões) entre outros.
Fonte: Valor Econômico\Lucas Marchesini e Edna Simão)