Analistas consideraram "ambiciosa" a meta de venda de ativos da Petrobras, fixada em US$ 58 bilhões para os próximos quatro anos, uma média anual de quase US$ 15 bilhões. Há consenso de que a estatal precisa reduzir seu endividamento e a boa reação à troca de comando e do conselho de administração da empresa tem ajudado a diminuir incertezas e restaurar a confiança.
O total definido é praticamente o valor de mercado da estatal neste momento: US$ 56 bilhões. Analistas do Credit Suisse apontam que, historicamente, processos de desalavancagem da Petrobras se basearam em metas de produção ambiciosas e aspectos como o real forte e preços do petróleo em alta. O problema é que a produção esperada nunca veio e, hoje, os preços do petróleo estão em queda. "Então, os investidores aprenderam a ser céticos", diz o banco.
Segundo o Credit Suisse, nessa indústria, empresas privadas conseguiram alcançar média de venda de ativos equivalente à anunciada pela Petrobras apenas em dois casos: o da BP, que vendeu US$ 39 bilhões entre 2010 e 2013, e o da Conoco, que desinvestiu US$ 15 bilhões em 2010.
Estimativas de analistas mostram que se a Petrobras não conseguir vender US$ 42 bilhões em ativos entre 2017 e 2018 terá geração de caixa negativa no período. Um analista experiente diz que, sem se desfazer de ativos, a estatal pode ter geração negativa de R$ 50 bilhões em cada ano, o que a obrigaria a captar R$ 100 bilhões em dívida para cobrir o rombo.
Fonte: Valor EconÕmico/Por Ana Paula Ragazzi | Do Rio
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