A agência de classificação de risco Standard & Poor’s divulgou nesta quinta-feira (20) um relatório afirmando que o cenário de queda nos preços do minério de ferro não deve ter impacto sobre os resultados da Vale. “Volatilidade de preços é um risco inerente para os produtores de commodities e incorporamos esse fator em nossa avaliação para essas companhias”, ressaltam os analistas da S&P.
Segundo eles, o nível de endividamento da Vale é bastante confortável, com a dívida líquida representando apenas 1,1 vez o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Assumindo que o preço médio da tonelada de minério de ferro fique em US$ 100 neste ano e em US$ 90 em 2013 e a companhia mantenha seu planos de investimentos, essa relação iria para 1,5 vez.
Caso a commodity fique abaixo dos US$ 80 por tonelada pelos próximos dois anos, período em que a Vale deve realizar a maior parte de seus investimentos, a relação entre a dívida e o Ebitda iria para a casa das 2 vezes. Mas isso não motivaria necessariamente um rebaixamento de crédito, afirma a S&P.
“A Vale tem um perfil de negócios forte, baseado em sua posição no mercado global e seus custos de produção relativamente mais baixos em relação às concorrentes”, destacam os analistas do relatório.
Apesar de acreditar que a Vale não deva passar por dificuldades para honrar suas dívidas, a S&P assinala que a companhia pode reduzir sua distribuição de dividendos e postergar investimentos, caso a desaceleração na economia mundial e os preços do minério de ferro permaneçam baixos.
Os analistas da S&P lembram que, no primeiro semestre, a Vale gastou apenas 30% dos US$ 21,4 bilhões previstos para 2012, o que indica que ela não deve cumprir o cronograma desenhado em novembro de 2011.
Para este ano, a S&P diminuiu suas estimativas para o Ebitda da mineradora de US$ 25 bilhões para US$ 22 bilhões, refletindo o novo cenário do minério. A perspectiva para a margem Ebitda, no entanto, sofreu um corte menor, de 48% para 45%, já que, segundo a agência, a expectativa é que o real mais apreciado dilua os custos de produção da companhia.
Fonte: Valor / Natalia Viri
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