Em trajetória de baixa há meses, o minério de ferro, usado na produção de aço, acentuou sua queda nesta semana e, pela primeira vez desde 2009, é cotado abaixo de US$ 100 por tonelada.
Ontem, rompeu a barreira dos US$ 90. O minério com 62% de teor de ferro negociado à vista na China -referência do mercado internacional- atingiu US$ 88,70 por tonelada, o menor valor desde outubro de 2009, no meio da crise financeira global.
Em 2012, o principal produto da pauta exportadora brasileira perdeu 36% de seu valor. Só nesta semana, a retração é de 11%.
Maior consumidor da commodity, a China é o motivo da queda -cresce o temor de que a economia do país desacelere mais que o esperado.
"Os dados de importação de minério de ferro e de consumo de energia elétrica não correspondem ao que é esperado para a economia chinesa", diz Rafael Bistafa, economista da Rosenberg.
A retração, portanto, tem fundamento. Mas a força da queda, certamente sob a influência de especuladores, surpreendeu os analistas, que preveem recuperação.
Para a equipe de análise do banco Itaú, o minério de ferro deve retomar o fôlego nos próximos meses. Mas o processo será "muito lento".
"Esperamos que a tonelada do minério de ferro atinja equilíbrio próximo a US$ 120 até meados de 2013", dizem os analistas de commodities do Itaú, em relatório.
As mineradoras chinesas se adaptam à nova realidade de preços -quase metade tem custo de produção superior a US$ 100 por tonelada.
Segundo a associação do setor, a produção chinesa de ferro deve cair 10% neste mês ante igual período de 2011, informou ontem a Bloomberg. A esperança é que os preços reajam à menor oferta.
Fonte: Folha de S.Paulo
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