O preço do minério de ferro continua subindo, depois de ter despencado até o início deste mês. Ontem, bateu em US$ 111 a tonelada no mercado spot chinês, um salto de US$ 5 ante os US$ 106,50 do dia anterior. O preço está acima da expectativa de piso da Vale, de US$ 110 para o último trimestre do ano.
O banco Barclays projeta um preço futuro de US$ 115 para o produto negociado no quarto trimestre e de US$ 120 a tonelada para 2013.
Um carregamento de minério com 63,5% de teor de ferro para uma plataforma de traders, a CBMX, foi negociado pela Vale a US$ 112,7 a tonelada, embutindo o diferencial do prêmio de qualidade - está em US$ 2 para cada 1% que superar o teor de ferro de 62%. Para traders da Ásia, a mineradora vendeu a US$ 111,2 a tonelada e negociou o Pilbara fino (tipo de minério) a US$ 110.
O mercado de minério ficou aquecido com a saída de mineradoras chinesas de alto custo do mercado porque o preço caiu muito e ficou abaixo do custo de produção dessas empresas. Elas respondem por uma produção de 200 milhões de toneladas da commodity. "Muita gente saiu do mercado e acabou faltando minério", constatou alta fonte do setor de mineração.
As mineradoras trabalham com um cenário de estabilidade para o preço do minério no curto prazo, mas num patamar mais alto que o atual, na faixa de uns US$ 120 até o fim do ano, pois com a onda de recuperação os produtores que saíram devem voltar ao mercado.
Outro fator também ajudou a empurrar o minério para cima. Apesar da fraqueza do mercado de aço, as siderúrgicas chinesas estão reestocando matéria-prima com a proximidade do inverno. As usinas locais, com destaque para as grandes estatais, estão com estoques apertados da commodity abaixo de 20 dias.
O Barclays vê o mercado de minério positivo e menciona em relatório um indicador que confirma esta expectativa.
A Associação Chinesa de Ferro e Aço (CISA na sigla em inglês) informou, ontem, que estimativas da produção de aço bruto mostra crescimento de 1,2% nos 10 dias de setembro, ante os últimos 11 dias de agosto, com produção diária de 1,892 milhão de toneladas. (volume anualizado de 692 milhões de toneladas).
Fonte: Valor / Vera Saavedra Durão
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