A mineradora MMX, do empresário Eike Batista, deu o primeiro passo para a expansão da Unidade Serra Azul, de minério de ferro, em Minas Gerais. Ontem, a empresa assinou contrato de R$ 255 milhões com a australiana WorleyParsons, que adquiriu operações no Brasil com a compra da CNEC. A WorleyParsons será responsável por contratar construtoras e gerenciar a implantação do projeto.
A obra deve ficar pronta no fim de 2013, com início das operações com capacidade total em 2014. A nova unidade prevê a construção de uma planta de beneficiamento de minério de ferro, um terminal ferroviário e uma correia transportadora com dez quilômetros de extensão. O objetivo é que todas as 24 milhões de toneladas produzidas na região de Serra Azul passem pela unidade, segundo o presidente da MMX, Roger Downey.
O executivo disse ao Valor que, embora a capacidade da Unidade Serra Azul esteja em expansão, de 8,7 milhões de toneladas de minério de ferro por ano para 24 milhões, a empresa tem estudos que apontam para uma produção maior, a partir do arrendamento da mina de Pau de Vinho, da Usiminas, vizinha à área da MMX.
O presidente da WorleyParsons, José Ayres de Campos, diz que o cronograma da usina poderá ser antecipado. A empresa desenvolveu projeto semelhante na Austrália, antecipando o prazo de entrega em quatro meses. Serão construídos módulos fora do local da obra, para serem montados posteriormente. "Com os módulos, ganhamos tempo, porque a construção civil e a montagem podem ser feitas em paralelo", diz Ayres.
Downey, da MMX, disse que a possibilidade de antecipação de prazos ajudou na escolha da australiana. "Nossa corrida é contra o tempo. Se adiantamos a obra, antecipamos receita", diz. Ele afirmou estar em conversas com bancos sobre o financiamento da expansão de Serra Azul, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é que 75% dos R$ 4 bilhões de investimentos previstos para expansão serão financiados.
Hoje, a MMX tem um contrato de venda de 50% do minério produzido em Serra Azul para a chinesa Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco), além de 15% da produção para a coreana SK Networks. A empresa ainda conversa com potenciais clientes para a venda dos outros 35% a serem produzidos. Mas Downey acredita que não terá dificuldade em achar compradores a um bom preço, por apostar na manutenção de uma demanda forte no mercado internacional por minério de ferro, que deve manter os preços elevados nos próximos cinco anos.
Fonte:Valor Econômico/Por Juliana Ennes | Do Rio
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