A venda de 0,8% de participação na Centennial Asset Brazilian Equity LLC e outras holdings offshore do grupo EBX - do empresário Eike Batista -, por US$ 300 milhões, para a americana GE, mostrou uma valorização dos ativos do grupo de US$ 2 bilhões nos últimos dois meses, apesar do cenário de crise internacional. Em março, o Mubadala Development Company, empresa de desenvolvimento e investimento estratégico de Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes, adquiriu uma participação acionária de 5,6% no EBX, por US$ 2 bilhões. A compra da fatia pelo Mubadala indicava valor de mercado de US$ 35,5 bilhões para a EBX. O negócio fechado com a GE aponta para um valor de US$ 37,5 bilhões.
O movimento reforça o esforço da EBX em busca de parceiros importantes no cenário global, além de ser estratégico para a GE, que tem contratos de fornecimento de US$ 1,5 bilhão firmados com MPX e OGX, empresas controladas pelo grupo. Outros "players" mundiais apostaram nos ativos da EBX. Em janeiro, a MPX, empresa de energia do grupo, anunciou um acordo com a alemã E.ON. Por meio de uma "joint venture", as companhias vão desenvolver projetos de geração de energia e atividades de suprimento e comercialização. Também são parceiros do grupo a IBM, a Hyundai Heavy Industries, a Wuhan Iron and Steel (Wisco) e a EDP.
O líder do centro de pesquisas global da GE no Brasil, Ken Herd, explicou que as duas companhias vinham conversando desde janeiro de 2011. Segundo ele, alguns resultados da parceria entre as duas empresas devem começar pela MPX, braço de energia do grupo, e pela petroleira OGX. Herd citou que o grupo pediu para que a GE desenvolva soluções tecnológicas para a geração de energia renovável. Um exemplo, segundo o executivo, é a aplicação da tecnologia desenvolvida pela americana para cooperar com a ampliação da capacidade da usina solar de Tauá, no Ceará, que tem hoje 1 megawatt (MW) e pode chegar a 4 MW de capacidade, segundo o executivo.
O executivo destacou que oportunidades com outras companhias do grupo, como MMX e LLX também serão exploradas. "A ideia é encontrar as melhores soluções para esses clientes", disse Herd. Além disso, destacou que prevê desenvolver soluções tecnológicas para a produção de energia a carvão com tecnologia menos poluente. Radicado no Rio há um ano e oito meses para implantar um centro de pesquisas da GE na cidade, Herd vê uma crescente importância do Brasil no cenário internacional.
O centro de pesquisas, o primeiro da empresa na América Latina e quinto no mundo, terá um papel importante para a relação entre o grupo e a GE. O empreendimento tem investimentos programados de R$ 500 milhões nos cinco anos seguintes à inauguração, prevista para 2013. Em novembro de 2010, a GE anunciou investimentos no Brasil de US$ 550 milhões. Desse montante, US$ 100 milhões seriam direcionados para a construção do centro global de pesquisa. Os outros valores seriam investidos na expansão da atuação da companhia no país e a inauguração de novas fábricas.
Fonte:Valor Econômico/Marta Nogueira | Do Rio
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