Foi marcado para a próxima semana, em São Paulo, um novo encontro entre os representantes dos governos do Brasil e Argentina para retomar a discussão sobre uma linha de crédito para importação de produtos brasileiros pela Argentina. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Mauro Borges, esteve em Buenos Aires ontem, mas seguiu rapidamente de volta para Brasília, depois de duas horas de reunião com os ministros argentinos Axel Kicillof, da Economia, e Débora Giorgi, da Indústria, além do presidente do Banco Central, Juan Fabrega.
Borges deixou o Ministério, em Buenos Aires, sem falar com a imprensa. Segundo um porta-voz, na próxima reunião, que deverá acontecer terça ou quarta-feira da próxima semana, estarão incluídos representantes da indústria automobilística, o primeiro setor a ser beneficiado pela linha de financiamento. Esta foi a segunda vez que Borges viajou à Argentina para tratar do assunto. A primeira foi em 14 de março.
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Os interlocutores argentinos pareciam animados, apesar de também não terem dado detalhes do encontro. Ao deixar a sala de reuniões, Kicillof disse que o encontro havia sido "excelente". Fabrega disse que o encontro permite aos governo trabalhar com vistas à próxima rodada na semana que vem.
A ideia de criar uma linha de financiamento para os importadores argentinos busca recuperar o ritmo de exportações do Brasil para o país vizinho, afetado depois da súbita desvalorização do peso, em janeiro. A indústria automobilística sai na frente. Ao terem fábricas dos dois lados da fronteira, isso facilita o intercâmbio com crédito.
O governo argentino tem restringido a importação de produtos de todas as partes do mundo em razão da queda no nível de reservas. O total de divisas do país está em US$ 27,8 bilhões. A liquidação dos contratos de exportação de grãos, principalmente da soja, tem ajudado a manter o nível nas últimas semanas. Mas a situação tende a se agravar depois do fim da temporada de colheita, em julho.
Fonte: Valor Econômico/Marli Olmos | De Buenos Aires