OGX é uma empresa controlada pelo Grupo EBX, do empresário Eike Batista
Depois de emitir US$ 2,6 bilhões em papéis neste ano, a OGX não precisará vender participações nos seus campos. "A emissão dos bônus cobriu completamente a necessidade de caixa", diz Eike Batista.
O bilionário Eike Batista disse na sexta-feira (23/9) que sua empresa petrolífera OGX não está mais interessada em vender participações em campos petrolíferos marítimos, e planeja assinar dentro de um mês um contrato de fornecimento para uma grande empresa global do setor.
Depois de emitir US$ 2,6 bilhões em papéis neste ano, a OGX não precisará vender participações nos seus campos, o que supostamente teria atraído o interesse das estatais chinesas Sinopec e CNOOC, disse Eike, homem mais rico do Brasil e oitavo mais rico do mundo segundo o ranking da revista Forbes.
"A emissão dos bônus, que foi espetacular, cobriu completamente a necessidade de caixa", disse o empresário em visita à sede da Reuters.
"Atraímos exatamente o que precisávamos para vivermos às nossas próprias custas."
Eike se mostrou confiante diante do rápido agravamento da crise mundial. Disse que seus investimentos são "à prova de idiotas" e reiterou que seu império industrial de US$ 30 bilhões pode facilmente resistir a uma queda acentuada no valor das suas ações, pois está amparada por US$ 10 bilhões em caixa e em linhas de crédito.
A OGX em breve assinará um contrato de fornecimento com uma das três maiores empresas petrolíferas do mundo, à qual destinará o petróleo que começar a extrair no campo de Waimea, na costa brasileira, segundo ele.
"Quando assinarmos esse contrato, o mundo verá a qualidade do nosso petróleo", disse ele, que não quis identificar a empresa parceira por questões de regulamentações do mercado acionário.
Eike previu que suas cinco empresas com capital aberto, que atuam em setores como petróleo, mineração e logística, irão gerar um lucro Ebitda (sem levar em conta juros, impostos, depreciações e amortizações) de US$ 1 bilhão em 2012.
A maioria das empresas dele por enquanto ainda não gera lucros, mas o empresário disse que elas começarão a pagar dividendos a seus acionistas em 2014.
A produção petrolífera da OGX ocorrerá em águas rasas, com custo relativamente baixo - ao contrário, por exemplo, da produção da Petrobras no pré-sal -, e por isso será vantajosa mesmo que a cotação do petróleo caia a níveis tão baixos como US$ 24 por barril, segundo ele. Sua produção, acrescentou, deve começar em novembro.
Eike estimou que a cotação do petróleo tipo Brent ficará em cerca de US$ 90 por barril no futuro.
As ações da OGX tiveram alta de 1,1% na sexta-feira na Bovespa, cotadas a R$ 11,7, enquanto o índice amplo da bolsa fechou estável.
O otimismo de Eike se estende à produção brasileira de petróleo como um todo, que segundo ele deve passar dos atuais 2 milhões de barris diários para até 6 milhões. "Isso pode representar até US$ 150 bilhões por ano."
Fonte: Brasil Econômico
Fonte: Brasil Econômico Brian Ellsworth e Joshua Schneyer/Reuters
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