O Brasil ganhou uma posição no ranking dos exportadores mundiais em 2020, mas será afetado neste ano pela covid também pelo impacto da pandemia em países para os quais vende commodities, avalia a Organização Mundial do Comércio (OMC).
“A capacidade do Brasil fragilizou com a dificuldade de outros países para os quais exporta muitas commodities”, respondeu ao Valor o economista-chefe Robert Koopman. “As exportações agrícolas melhoraram globalmente no ano passado, mas as exportações de outros produtos para manufaturados diminuíram. Há recuperação, mas não como antes.”
Para este ano, a OMC projeta que as exportações de mercadorias da América do Sul e Central vão crescer apenas 3,2% comparado a projeção anterior, de 5,4% — em todo caso, abaixo da média global esperada para o período. No ano passado, as exportações caíram 4,5% -- a projeção inicial era queda de 7,2%. Na região, o Brasil tem o maior peso.
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Para Coleman Nee, um dos autores das projeções da OMC, a desaceleração do crescimento das exportações em geral da América do Sul neste ano tem a ver, por exemplo, com a enorme baixa nas viagens. E isso tem menor demanda por produtos de energia.
No ano passado, o Brasil conseguiu se sair melhor do que esperado no comércio internacional e terminou ganhando uma posição, para 26ª, entre os maiores exportadores mundiais em meio à crise global. O país vendeu US$ 210 bilhões, ou 7% a menos do que em 2010, mas manteve sua fatia de 1,2% das exportações globais.
Já do lado das importações, e em meio à recessão, o país perdeu uma posição e ficou em 29ª posição nas importações de mercadorias, com a baixa de 10% no que comprou no exterior. A fatia brasileira nas importações globais caiu para 0,9% ante 1,0% no ano anterior.
No comércio internacional de serviços, o Brasil melhorou uma posição para 23ª posição como importador, representando 1% do total mundial, apesar de ter comprado -31% em 2020, em meio à crise.
Já do lado das exportações, o país não aparece entre os principais. Exportou US$ 28 bilhões, ou 0,7% do total mundial, com redução de 17% em relação a 2019.
Fonte: Valor