A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia (Opep+) concordou em aumentar a produção de petróleo a partir dos níveis atuais nos próximos dois anos, relataram agências internacionais. Assim, o cartel e outros produtores comprometem-se em desfazer todos os cortes feitos desde o início da pandemia à medida em as economias se aqueçam e a demanda pelo óleo se recupere.
O mercado da commodity esperava com ansiedade pela decisão alcançada neste domingo (18). O acordo permite o aumento da oferta de petróleo em 400 mil barris por dia até o fim de 2022 e entra em vigor em agosto. O número veio em linha com a ampla expectativa de analistas e investidores. A Opep+ voltará a avaliar as condições de mercado em dezembro.
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As negociações foram suspensas depois que os Emirados Árabes Unidos se recusaram a assinar a ampliação da produção, a menos que tivessem permissão para bombear mais de seu próprio petróleo dentro do complexo sistema de cotas do grupo. Na semana passada, a Arábia Saudita, líder de fato da Opep, e os EUA concordaram em aumentar essa cota no próximo ano, abrindo caminho um acordo na reunião deste domingo.
Para Robin Mills, presidente-executivo da consultoria Qamar Energy de Dubai, o desfecho é "bom para os consumidores no curto prazo. Apesar disso, Mills e outros analistas esperam que a pressão sobre os preços continue em resposta ao aquecimento das economias. "O mercado estará apertado neste verão", disse Giovanni Staunovo, analista de commodities do banco suíço UBS em nota a clientes.
No início de 2020, na esteira do surgimento da pandemia de covid-19 no Ocidente, a Opep+ reduziu em 9,7 milhões de barris por dia a sua produção, o equivalente a cerca de 10% da demanda relativa ao ano de 2019. De lá para cá, a oferta foi restaurada em cerca de 4 milhões de barris, relata o ‘The Wall Street Journal’. O acordo de hoje prevê que o restante desses cortes seja revertido até o final do ano que vem.
Segundo projeções recentes do cartel, a demanda mundial por petróleo deve aumentar em 3,3 milhões de barris por dia, para uma média de 99,9 milhões de barris por dia, em 2021, considerando os níveis de demanda pré-pandemia.
Na semana passada, os preços do petróleo fecharam em queda de 0,2% em Londres e de 3,7% em Nova York calcados na expectativa do acordo. Os preços do Brent e do WTI, contudo, ainda acumulam fortes ganhos de 43% e 48%, respectivamente, neste ano.
Fonte: Valor