Brasília - O Brasil abrirá já nas próximas semanas uma licitação internacional para a construção de uma nova estação científica na Antártida, informou ontem o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp. O complexo deve começar a operar no verão de 2014-2015, no sítio da base Comandante Ferraz, destruída por um incêndio no último sábado. A previsão é que as instalações sejam construídas por civis.
Enquanto a nova estação não fica pronta, os principais líderes da pesquisa antártica no Brasil, reunidos ontem em Brasília, propuseram ao governo duas formas de dar continuidade aos projetos científicos na região: alugando um terceiro navio para servir de base (o Brasil tem dois navios polares, um de pesquisa e um de apoio logístico) e transferindo equipamentos brasileiros para estações vizinhas, de países que já ofereceram ajuda.
Segundo o secretário de Programas de Pesquisa do MCTI, Carlos Nobre, a primeira medida emergencial será colocar no ar os sistemas de coleta de dados que sobreviveram ao incêndio, como o módulo de meteorologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Hoje esses sistemas estão ameaçados pela falta de energia.
Já no próximo dia 20, um avião da Força Aérea Brasileira levará painéis solares e outros equipamentos para permitir a continuidade da coleta de dados. Raupp também afirmou que a pasta vai liberar recursos adicionais para repor os equipamentos perdidos no incêndio. O navio polar Almirante Maximiano também deverá receber equipamentos científicos adicionais - previstos desde sua compra, em 2008, mas nunca instalados - que o habilitem a funcionar.
Alegria
Segundo Nobre, o detalhamento orçamentário da recuperação do programa antártico deve ser conhecido hoje. A ideia de contratar uma empresa especializada para construir na região polar partiu da Marinha, e foi recebida com alegria e certo espanto por cientistas. A demanda de pesquisadores por instalações projetadas por civis é antiga.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
PUBLICIDADE