SÃO PAULO - A visita do presidente norte-americano, Barack Obama, ao Brasil terminou ontem sem um posicionamento claro sobre o fim das barreiras comerciais à entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos (EUA). Tema de discursos e discussões entre brasileiros e norte-americanos durante o fim de semana, o assunto acabou sem definição e seguirá na agenda bilateral dos dois países. Essa indefinição foi lamentada por empresários brasileiros. Para eles, apesar da queda dessas barreiras dependerem de decisões dos parlamentares dos EUA, o presidente Obama poderia ter anunciado um compromisso com o assunto em sua vinda ao Brasil.
“Infelizmente, não foi feito nada”, disse o diretor do Departamento de Energia e Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti. “A gente espera uma atitude mais forte de Obama neste sentido (da redução das barreiras comerciais)”. Cavalcanti foi um dos empresários que se reuniram na manhã de ontem, em São Paulo, com o secretário de Comércio dos EUA, Gary Locke. No encontro, eles cobraram do representante do governo norte-americano uma atitude “mais leal” dos EUA no comércio bilateral.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse em entrevista coletiva após o encontro com Locke que foram expostos a ele vários setores da economia brasileira afetados por subsídios a empresas norte-americanas ou por taxas impostas a exportações brasileiras. Etanol, aço, suco de laranja, carne e algodão são alguns produtos com a sua venda comprometida, destacou Skaf.
Skaf afirmou que Locke tomou nota das reivindicações dos brasileiros e se comprometeu a analisá-las. Porém, não se posicionou sobre o assunto. “A vinda de Obama é um gesto. Agora, cabe a todos nós transformar esse gesto em realidade nos negócios, nos investimentos, na relação entre os dois países”, disse Skaf, sobre suas expectativas para o comércio entre os dois países.
Fonte: folha de Pernambuco|(PE)/ABr)
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