"Estamos com os contratos de supressão vegetal, de limpeza e de cercamento do terreno preparados e prontos para serem iniciados, na semana seguinte, em que o terreno da refinaria for liberado. Mas só posso executar esses contratos quando receber de forma definitiva a liberação do terreno". A declaração é do diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, segundo quem a estatal petrolífera aguarda apenas a anuência do Ibama e consequente liberação pela Semace, da licença de instalação, para que as obras civis da Refinaria Premium II, sejam iniciadas, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
Palestrante da noite de ontem, do Ciclo de Debates do Centro Industrial do Ceará (CIC), Costa apresentou para empresários, industriais e políticos cearenses, as oportunidades e os desafios das empresas que pretendem "servir" à Petrobras. Segundo ele, 637 fornecedores já foram cadastradas no Estado para prestar serviços ao empreendimento, dos quais 54 foram aprovadas e 41 qualificados.
"Pra valer"
Como forma de eliminar dúvidas quanto a instalação da refinaria no Ceará, Roberto Costa iniciou sua apresentação, reiterando que "essa refinaria é para valer. Ela vai sair. Podem tirar essa dúvida da cabeça". Para um auditório lotado, na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), ele fez questão de ressaltar a magnitude do empreendimento, que somente em ICMS, pode gerar entre 25% e 30% da arrecadação de impostos de um Estado.
Segundo expôs, tudo em uma refinaria é gigantesco, a começar pelos investimentos da ordem de R$ 17 bilhões. Ele citou, por exemplos, que na Premium II serão utilizados quatro caldeiras de coque, para gerar vapor, 80 quilômetros de cabos elétricos, 90 mil toneladas de tubos de aço e 45 toneladas de torres de suporte, 35 torres colunas, 23 reatores, 275 trocadores de calor e 958 bombas centrífugas.
"Será que o Ceará não pode fazer 100 trocadores de vapor ou as bombas centrífugas?", questionou Costa, apontando apenas duas, das centenas de oportunidades de negócios que a refinaria poderá gerar. "Empresários corram o mundo, encomendemos equipamentos da Coreia, da China, da Itália e montem aqui", sugeriu.
Conforme explicou, uma refinaria é um empreendimento em constante manutenção. "Uma refinaria tem 15, 18, 20 unidades de processos, e nós teremos paradas de manutenção programadas, com varias empresas trabalhando nisso. Todo ano, temos, pelo menos uma unidade em manutenção programada", o que vai gerar muitas oportunidades de serviços, crescimento e desenvolvimento à indústria do Ceará", alertou Costa.
Desafios
Ele ressaltou no entanto, que prestar serviços e fornecer à Petrobras não é fácil. "Os prazos são curtos. Precisamos fazer diferente, ter qualidade e preços", avisou. "Senhores empresários, vocês estão capacitando seus trabalhadores para atender a Petrobras?", cobrou.
"Esse é um problema do Brasil", acrescenta Costa, sinalizando que até 2014,a Petrobras pretende qualificar 230 mil trabalhadores em todo o País, "para trabalhar, não na empresa, mas para a empresa". De acordo com ele, 13.591 trabalhadores ainda precisarão receber treinamentos para atender o empreendimento, que prevê no pico de construção o emprego de 32 mil pessoas diretamente e 90 mil indiretamente.
Outros 3.000 empregos serão gerados na fase de operação do equipamento, que prevê refino de 300 mil barris de petróleo, 70 mil a mais do que a capacidade da Refinaria Abreu Lima, em Pernambuco e "cujas obras já se encontram 60% concluídas".
Serviços
No setor de serviços e de materiais, ele explicou que a refinaria irá precisar de um tudo. Desde os básicos de conservação e limpeza, de lavanderia e locação de veículos, até serviços de telecomunicações e informática, de saúde, além de materiais e equipamentos diversos.
Fonte: Diário doNordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO
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