A Petrobras e o governo do Estado do Rio assinaram na manhã desta sexta-feira um protocolo de intenções para criar um complexo industrial em Itaboraí, onde está localizado o Polo Gaslub (antigo Comperj). A Firjan também participa do projeto.
A ideia é atrair novas indústrias para o empreendimento, que terá gás oriundo dos campos do pré-sal. Estimativa de Vinicius Farah, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, é que o projeto possa gerar cerca de 11 mil empregos e investimentos de R$ 15 bilhões.
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O projeto de revitalização é mais uma tentativa de buscar uma solução ao Comperj, projeto que foi alvo de corrupção revelado pela Operação Lava-Jato e que em seu projeto original previa a construção de um complexo de refino.
Atualmente, o Galub terá uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) para o tratamento do gás natural oriundo do pré-sal. O projeto deve começar a operar no primeiro trimestre do próximo ano. Segundo fontes, já há conversas em andamento com uma indústria da Finlândia de fertilizantes e com a russa GazProm, a partir do início das operações do UPGN.
Por meio da mútua cooperação, segundo a Petrobras, a iniciativa vai elaborar estudos e realizar o intercâmbio dos dados e informações para o desenvolvimento de oportunidades na região. Segundo Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, o acordo é o primeiro passo para a criação de um complexo que vai atrair empresas e criar empregos
— O Polo Gaslub vai entrar em operação em 2022 e já é um ativo de alta importância estratégica para nossa empresa, para o Rio e o Brasil. Será responsável pelo processsamento de grande parte do gás natural proveniente do pré-sal, que vai chegar ali através do gasoduto Rota 3 — disse Silva e Luna, destacando que esse gás será tratado por uma UPGN.
Segundo Silva e Luna, a proximidade do polo com os grandes centros de consumo favorece o recebimento do gás, que poderá ser usado pela indústria como matéria-prima ou para a geração de energia.
— Isso faz vislumbrar um cenário promissor para atração de empresas do setor petroquímico, de siderúrgicas, usinas de fertilizantes, fábricas de vidro e de cerâmica — listou Silva e Luna.
O protoloco entre o governo do Rio e a Petrobras prevê a cessão de áreas no local, que equivalem a 4.167 campos de futebol. Pelo protocolo de intenção, o governo do Estado vai investir na melhoria da infraestrutura para acesso ao local, como a reforma das estradas. O vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, disse que a Federação vai apoiar o desenvolvimento de projetos na região, com capacitação profissional e oferta de serviços sociais.
— E, não há como falar de Gaslub sem falar da estruturação de um novo mercado de gás aberto, dinâmico e competitivo. E esse novo mercado passa pelo fortalecimento da indústria — disse Caetano.
O governador do Rio, Cláudio Castro, disse que pretende iniciar as licitações de obras, como a de estradas, o mais rápido possível para "que ano vem que esteja funcionando e produzindo empregos em Itaboraí".
— O objetivo é viabilizar a retomada econômica no setor de óleo e gás no Rio. Precisamos explorar ao máximo a nossa riqueza natural, gerando emprego e renda para a população — explicou Castro.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou a criação do novo mercado de gás, que vai permitir a redução nos preços. Isso será possível com a chegada de novas empresas ao segmento através da venda de ativos da Petrobras:
— O Rio como um dos principais atores dessa indústria pode também ser um dos principais beneficiados pelo seu crescimento.
Farah também destacou a importância do projeto em Itaboraí:
— Esses investimentos são fundamentais para gerar, não só empregos, mas justiça social para a população fluminense.
Fonte: O Globo