Enquanto os consumidores aproveitam o dia de preços mais baixos em diversos produtos em um dia de promoções que já é tradicional no varejo brasileiro, a bolsa nacional também enfrenta uma espécie de "Black Friday" de suas principais blue chips, principalmente em meio a forte queda dos ativos de empresas ligadas a commodities.
As ações da Petrobras (PETR3 -2,34%;PETR4 -3,1%) tiveram forte queda nesta sessão, levando a uma baixa no valor de mercado de R$ 9,1 bilhões para a empresa, para R$ 334 bilhões. Mais cedo, a baixa ainda era mais expressiva, com os papéis da estatal chegando a registrar forte queda de 5%.
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Esse movimento ocorre uma vez que o petróleo atingiu o menor nível de 2018 na sessão desta sexta-feira. O barril do tipo WTI, negociado nos EUA, chegou a cair 7,7% em meio a temores de sobreoferta a duas semanas de uma reunião dos países produtores.
Os preços da commodity subiram em outubro para o nível mais alto em quatro anos em meio aos receios de redução na oferta com a entrada em vigor de novas sanções americanas contra o Irã. Mas, desde então, eles caíram mais de 30%.
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Além da Petrobras, Vale (VALE3 -6,83%) e siderúrgicas registram um dia de forte queda, fechando uma semana para se esquecer para os papéis das companhias. A holding da Vale, a Bradespar (BRAP4 -5,72%), além de CSN (CSNA3 -3,58%), Usiminas (USIM5 -4,86%) e Gerdau (GGBR4 -2,99%) têm expressiva baixa nesta sessão e na semana.
A Vale, por exemplo, viu seu valor de mercado cair cerca de R$ 19,5 bilhões apenas nesta sessão, para R$ 266 bilhões, em seu pior pregão desde março de 2017, quando caiu 8,19%. Na semana, a queda foi de 10,33%.
Nesta sexta-feira, o minério de ferro 62% à vista negociado em Qingdao fechou em baixa de 4,4%, a US$ 68,90, acumulando uma baixa de 8,26% na semana e guiando uma baixa de dois dígitos para as principais ações do setor na bolsa brasileira.
Vale ressaltar que a principal bolsa chinesa, a de Xangai, fechou o pregão desta sexta-feira em baixa de 2,5%, em meio a preocupações renovadas com o clima de tensão comercial do país asiático com os EUA. O mau humor veio após relatos de que o governo americano está tentando persuadir países aliados a deixar de comprar equipamentos de telecomunicações da gigante de tecnologia chinesa Huawei.
Os chineses são os maiores consumidores mundiais de minério e outros metais básicos e, em meio aos receios na relação com os EUA, os papéis das empresas de commodities registram forte baixa.
Porém, vale ressaltar: apesar das quedas nas últimas sessões, o ano é bastante positivo para os papéis das blue chips. As ações PETR3 sobem 59% e os ativos PETR4 avançam 52% no acumulado de 2018, enquanto a Vale já subiu 31% no ano.
Fonte: Infomoney