A produção da Petrobras será elevada em mais 414 mil barris por dia em 2012, de acordo com o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da estatal, Almir Barbassa. Para atingir as expectativas, o executivo afirmou que a estatal recebeu recentemente oito novas sondas e espera receber mais 15 até o fim do ano que vem. Barbassa participou de teleconferência para investidores sobre os resultados da companhia no terceiro trimestre deste ano.
Para os primeiros três meses de 2012, Barbassa afirmou que está previsto o início da produção de gás em Tambaú.
Já no terceiro trimestre, deverão entrar o piloto de Baleia Azul, no pré-sal, e o campo de Tiro Sidon, com capacidade de 100 e de 80 mil barris por dia, respectivamente. No último trimestre de 2012, deverão entrar em produção o campo de Roncador, com capacidade de 180 mil barris por dia, e o piloto de Guará, no pré-sal, com capacidade de 120 mil barris diários. A companhia terá, em 2012, 38 sondas capazes de perfurar em águas profundas.
Para reduzir os efeitos das paradas não programadas de produção, um dos principais problemas que afetaram os resultados da Petrobras no terceiro trimestre de 2011, Barbassa afirmou que a Petrobras fechou um acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) para estabelecer datas para as inspeções nas plataformas. "O compromisso com a ANP diminui ou elimina a imprevisibilidade", disse. Foram constatados declínios recordes de produção devido à perda de eficiência de equipamentos.
O campo de Marlin, um dos principais da companhia, registrou, somente no terceiro trimestre, queda na produção de 79 mil barris por dia, pela paralisação de três plataformas. Isso em parte foi compensado pela melhoria da performance de poços, em 27 mil barris, o que levou as perdas a 52 mil barris por dia.
"Marlin tem tendência, desde janeiro de 2002, de decréscimo de 10% de produção. Nos últimos dois anos, houve dois picos de queda na produção, em setembro e outubro de 2010, por conta das plataformas, e nesse trimestre, por ter três plataformas paralisadas", disse.
No acumulado de nove meses, a queda de produção por paradas não programadas e atrasos em paradas programadas afetou a média do ano em 44 mil barris por dia. Além disso, a restrição logística de escoamento de gás causou redução adicional de 20 mil barris por dia de óleo este ano, sendo metade em Uruguá e metade em Lula (antigo Tupi).
No terceiro trimestre de 2011, a companhia perfurou 15 novos poços, totalizando 35 ao longo do ano. Em outubro, entraram quatro novos poços e a expectativa é de que até o fim do ano entrem mais 16, adicionando 175 mil barris por dia à produção.
Outro fator que prejudicou o caixa da companhia foi a alta demanda por gasolina em um cenário de preços congelados desde maio de 2008. Barbassa disse que a estatal não vê os reajustes aplicados nos combustíveis - de 10% na gasolina e, de 2%, no preço do diesel, em 1º de novembro deste ano - como uma solução completa para a diferença entre preços no mercado internacional e no Brasil. "O médio e longo prazo é que vai nos dizer se os reajustes estão sendo ou não suficientes", disse.
A companhia prevê, em breve, novos reajustes "para cima ou para baixo" em função do que for observado. Barbassa explicou que não houve uma fórmula para definir o reajuste e que a estatal seguiu tendência mundial. Ele acredita no retorno da oferta de etanol com preços competitivos e na redução da demanda por gasolina. "Superamos o problema de safra [de etanol] e a demanda está sendo recomposta."
Fonte: Valor Econômico/Juliana Ennes e Marta Nogueira | Do Rio
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