RIO - O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, fez um pedido a empresários que queiram investir no Brasil. Ele pediu que sejam construídos mais estaleiros no país para navios de apoio à estatal.
A Petrobras apresenta nesta quarta-feira um balanço do Programa Empresas Brasileiras de Navegação (EBN), cujo objetivo é estimular o setor privado a construir navios para serem afretados com contratos de 15 anos pela estatal.
Segundo Costa, o objetivo é ter também navios de bandeira brasileira, de armadores brasileiros que não sejam a Transpetro. Com isso, a companhia vai poder auferir resultados, para comparar a eficiência da Transpetro e dos armadores.
Ele explicou que a definição de estaleiros que vão ser utilizados nos dois programas EBN e nas duas fases do Programa de Modernização e Expansão da Forta da Transpetro (Promef) ainda não está completa.
Costa complementou que a empresa vai precisar de mais estaleiros, "porque os projetos não vão parar no EBN 2, nem no Promef 2". "Tenho três sugestões para investimentos no Brasil: façam estaleiro, façam estaleiro e façam estaleiro. Vamos precisar muito", disse o diretor.
"O Promef é o programa de renovação da nossa frota, mas a Petrobras entendeu que era importante também ter navios operados por terceiros, porque podemos fazer comparação de desempenho. Outro ponto tão importante quanto este é voltar a ter empresas brasileiras fazendo o transporte de petróleo e de derivados."
O custo da Petrobras com as duas fases do EBN, que prevê o afretamento de 39 navios, é estimado entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões por ano, sem incluir gastos com bunker e despesas portuárias.
O diretor de Abastecimento da Petrobras afirmou que há duas grandes empresas brasileiras que estão começando atividades de áreas para apoio offshore, construção de plataforma e de navios, mas ele preferiu não dizer de quem se trata. "São duas empresas brasileiras que estão decididas a trabalhar na área de estaleiros", afirmou.
O número de navios utilizados pela Petrobras passou de 110, em 2003, para 187 em 2010. No mesmo período, a carga transportada pela estatal passou de 127,4 milhões de toneladas para 168,7 milhões de toneladas. Isso equivale a cerca de 15% do total transportado pela economia brasileira como um todo no ano passado, que chegou a 833 milhões de toneladas.
O Promef 1 prevê a construção de 26 navios para a Transpetro e o Promef 2, de outros 23. O EBN, cujas unidades serão afretadas, também está dividido em duas fases. A primeira, para 19 unidades, prevê a entrega entre 2011 e 2014, e a segunda fase, com 20 navios, contempla entregas de 2013 a 2017.
(Fonte:Valor Econômico/Juliana Ennes )
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