Turnê para promover planos da empresa a investidores globais vai passar por EUA, Europa e Ásia entre os dias 7 e 17
Bancos buscam consenso para o preço do barril de petróleo em torno de US$ 6,18, valor que tem demanda certa
DE SÃO PAULO - A Petrobras e um grupo de sete bancos preparam para 7 de setembro o início do "road show", série de viagens e de reuniões com investidores globais a fim de "vender" a capitalização da companhia.
A data coincide com a volta do feriado americano do Dia do Trabalho e o fim das férias no hemisfério Norte.
O "road show" deve durar cerca de dez dias e a reserva de ações é prevista para entre 17 e 20 de setembro.
Toda a parte jurídica está fechada; a expectativa é que o principal documento da oferta, o prospecto preliminar, seja encaminhado à CVM na próxima semana.
Só falta o governo definir o valor do barril de petróleo com base nos estudos encomendados pela ANP, que deve sair no dia 19.
A Petrobras também fez seu estudo e teria encontrado um preço próximo de US$ 6,18, segundo fontes do mercado. Caso se confirme, o governo poderia entrar com até US$ 31 bilhões, e o mercado, com até US$ 62,7 bilhões.
Um dos coordenadores da capitalização disse à Folha que a demanda pelos papéis está completamente mapeada até o valor de US$ 6 e US$ 7 o barril, intervalo em que a operação tem condições de sucesso. A partir de US$ 7 há dúvidas sobre a viabilidade da capitalização.
ORIENTE MÉDIO
Como no caso da capitalização do Banco do Brasil, que levantou R$ 9,7 bilhões, deverão ser formadas três equipes simultâneas para "vender" a capitalização.
Uma será deslocada para os EUA, outra para a Europa e a terceira para a Ásia.
No governo, a capitalização do BB é estudada como "piloto". A operação foi um sucesso e a demanda pelos papéis foi o dobro da oferta.
Na capitalização da Petrobras, os bancos identificaram uma demanda forte no Oriente Médio, especialmente de fundos soberanos; até investidores iranianos foram mencionados.
A operação é coordenada por Bradesco BBI, Itaú BBA, BB, Santander, Morgan Stanley e Citibank. Deverão entrar ainda o BTG Pactual e o Crédit Suisse. Praticamente todos os demais bancos e corretoras com presença no país participarão da oferta. Todos assinaram confidencialidade e não podem se pronunciar.
Procurada, a Petrobras não se pronunciou, alegando período de silêncio.
Fonte: Folha de S.Paulo/TONI SCIARRETTA
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