A área de abastecimento da Petrobras investirá US$ 71,6 bilhões até 2016, com destaque para o atendimento à expansão do mercado interno de derivados. Só o parque de refino receberá US$ 24,9 bilhões, com mais US$ 6,4 bilhões ainda em avaliação, totalizando US$ 31,2 bilhões.
O anúncio foi feito quarta-feira (29) pelo diretor de Abastecimento da empresa, José Carlos Cosenza, e os valores fazem parte do Plano de Negócios e Gestão, que prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões no período 2012-2016.
“Está sendo feito um grande esforço no sentido de minimizar a importação de derivados. Outro assunto importante é um controle dos nossos empreendimentos com grande ênfase na avaliação dos resultados, para que se possa antecipar e evitar prazos dilatados e custos inesperados”, disse Cosenza.
O primeiro semestre deste ano registrou alta na produção de 44 mil barris por dia de gasolina e de 37 mil barris por dia de diesel, em relação a igual período de 2011. Para garantir a estabilidade no fornecimento de combustível ao mercado interno, novas refinarias estão previstas para entrar em operação nos próximos dois anos.
Em novembro de 2014, começa a funcionar a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, com produção final projetada de 230 mil barris diários, sendo 70% de diesel e 30% de outros derivados, exceto gasolina. Em 2015, deve entrar em operação o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), com capacidade inicial de refino de 165 mil barris diários, principalmente de diesel e querosene de aviação (QAV).
O crescimento anual do mercado interno brasileiro tem gerado uma forte demanda por combustível. Segundo a Petrobras, em pouco mais de uma década, entre 2000 e 2011, houve aumento de 43% na demanda por diesel, 49% na demanda por gasolina e 53% na demanda por QAV. Cosenza detalhou ainda a mudança na qualidade do combustível produzido pela companhia para os próximos anos.
A partir do início de 2013, a companhia vai parar de vender o diesel S-50, com 50 partes de enxofre por milhão (ppm), e inicia a venda do diesel S-10, que é menos poluente. Ainda em 2013, para de ser vendido o diesel S-1800, o mais poluente. O diesel S-500 só será vendido no interior do país.
A partir de janeiro de 2014, será a vez da gasolina, que cairá das atuais 1.000 ppm para 50 ppm. Apesar da mudança drástica, Consenza disse que o motorista não terá de realizar adaptação em seus veículos e que haverá um grande ganho para o meio ambiente, com menor emissão de poluentes.
Além do investimentos diretos nas refinarias, a Petrobras prevê aportes de US$ 2,9 bilhões em navios petroleiros e de derivados, além de US$ 4,8 bilhões em projetos de suprimento das refinarias e criação de instalações de exportação de petróleo.
Fonte: Agência Brasil / Vladimir Platonow
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