A Petrobras, que anunciou em setembro a meta de se tornar carbono neutro em suas operações, bem como seu comprometimento com a transição para uma economia global de baixo carbono, vem desenvolvendo tecnologias para garantir produção de óleo e gás com emissões reduzidas. Entre as principais soluções estão a diminuição da queima de gás em tocha, ganhos de eficiência energética e projetos de captura, além do uso e armazenamento geológico de CO2 (CCUS) para viabilizar a produção de petróleo em campos com elevado teor de carbono, terceiro cluster no mundo em operação. A tecnologia evita a emissão de CO2 associado ao gás natural do pré-sal.
“Somos uma das líderes mundiais na produção de petróleo com menor emissão de carbono. Nossas emissões para cada barril produzido caíram praticamente à metade nos últimos 11 anos, para um patamar abaixo de 16kgCO2 e/barril, o que nos coloca entre os melhores da indústria”, diz Viviana Coelho, gerente executiva de mudança climática da Petrobras. A meta é reduzir emissões absolutas operacionais totais em 25% até 2030.
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A empresa anunciou no passado decisão de não diversificar suas atividades investindo em geração renovável, mas a estatal mantém portfólio de P&D em soluções de baixo carbono que inclui renováveis como eólica e fotovoltaica, que poderão permitir uma futura diversificação. O foco em soluções de baixo carbono, no momento, está em investimentos em P&D que contemplem aumento da eficiência na produção de hidrogênio, biocombustíveis avançados, como diesel renovável e BioQAV, e novos catalisadores e cargas opcionais para unidades de geração de hidrogênio, além de pesquisas envolvendo tecnologias disruptivas, ainda fora do radar comercial.
“Vamos produzir comercialmente diesel renovável e bioQAV, que são biocombustíveis avançados com um mercado internacional em consolidação”, disse Coelho. O diesel renovável é um biodiesel avançado que reduz em 70% as emissões de gases de efeito estufa em sua produção, além de ser 15% melhor que o desempenho do biodiesel hoje comercializado no Brasil. Com relação ao projeto de captura, uso e armazenamento geológico de CO2, Coelho observa que, em 2020, a Petrobras operou o equivalente a 18% de todos os projetos de CCUS desenvolvidos no mundo. Atualmente, nove unidades de produção possuem essa tecnologia instalada e a meta é atingir volume acumulado de 40 milhões de toneladas de CO2 reinjetadas até 2025. “Sua aplicação para o ambiente de águas ultraprofundas é pioneira.”
Outro exemplo de tecnologia em desenvolvimento pela empresa é o HI-SEP, com pedido de patente 100% Petrobras, na qual o gás que sai do reservatório já é separado e reinjetado a partir de um sistema localizado no fundo do mar. O processo permite que ampliação da produção do campo com menor emissão de gases-estufa para cada barril de óleo produzido. No Plano Estratégico 2021-2025, a Petrobras prevê investimentos de US$ 1 bilhão em compromissos de sustentabilidade.
Fonte: Valor