A Petrobras pretende adotar uma nova tecnologia de simulação de operação, conhecida como “digital twins”, em todo o seu parque de refino até 2020, afirmou o diretor de transformação digital e inovação da companhia, Nicolás Simone, nesta quinta-feira. Segundo ele, a ferramenta permite aumentar a eficiência na operação das refinarias da empresa.
“O objetivo é até o ano que vem já praticamente ter [o digital twins] em todas as refinarias”, afirmou ele a jornalistas, após participar de café da manhã na OTC Brasil, no Rio. O executivo lembrou que, conforme divulgado no relatório de produção e vendas da Petrobras no terceiro trimestre de 2019, a ferramenta já gerou um ganho de cerca de US$ 25 milhões entre julho e setembro, a partir da otimização de processos.
PUBLICIDADE
Na prática, o digital twins consiste na criação de um simulador que permite replicar todas as operações, informações e funções da refinaria. Com isso, técnicos da Petrobras podem fazer simulações de medidas operacionais para aumentar a produtividade. E, em caso de sucesso, podem replicá-las na operação real da refinaria.
“Esta ferramenta nos permite simular réplicas das nossas refinarias para maximizar a rentabilidade da atividade de refino de petróleo e produção de derivados e tem como objetivo acelerar a tomada de decisão”, informou a Petrobras no relatório.
Segundo Simone, o objetivo é sair de um modelo mais proativo para um modelo mais preditivo. “Esse é um caso de sucesso que já mostrou retorno”, disse o executivo, acrescentando que o projeto é uma forma de usar a tecnologia para agregar valor.
Navios de liquefação de gás natural
Outra estratégia da Petrobras é usar navios de liquefação de gás natural (FLNGs, na sigla em inglês) para escoar a sua produção no pré-sal a partir da metade da próxima década. A alternativa aos gasodutos marítimos ainda está em estudo, segundo o gerente-executivo de gás natural da estatal, Rodrigo Costa Lima e Silva.
“Se nossos projetos [de exploração nas Bacias de Campos e Santos] forem bem-sucedidos, entre 2025 e 2030 vamos precisar de uma nova infraestrutura [de escoamento do gás]: gasodutos, unidades de processamento e até mesmo um FLNG para fornecer flexibilidade, porque temos uma volatilidade da demanda termelétrica e nossa perspectiva é que o mercado de gás vai crescer por meio de novas usinas a gás e estamos estudando soluções que se adequem a essa situação”, afirmou o gerente, durante participação na OTC Brasil.
Silva disse que a expectativa da companhia é concluir até 2022 as análises sobre as soluções que serão utilizadas para o escoamento da oferta crescente de gás.
A Petrobras chegou a abrir uma concorrência para contratação de um projeto de engenharia para um FLNG em 2009. O processo, na época, não avançou, devido aos elevados custos de implementação da solução.
O gerente da Petrobras também comentou sobre o compromisso assumido junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para abrir a capacidade do terminal de gás natural liquefeito da Bahia, para terceiros. Segundo ele, a abertura do processo de arrendamento da unidade será feita até setembro do ano que vem.
Fonte: Valor