Estatal anuncia exploração no campo de Itaú para aumentar fornecimento ao Brasil
Mesmo depois de ter parte de suas operações nacionalizadas na Bolívia, em 2006, a Petrobras anunciou ontem novos investimentos no país vizinho, com a compra dos direitos de exploração de 30% do campo de Itaú, que pertenciam à francesa Total.
O objetivo é expandir a produção de gás para atender ao mercado brasileiro, dependente de importações até a extração em larga escala das reservas do pré-sal. O campo de Itaú fica perto das áreas produtoras da Petrobras no sul da Bolívia. O valor do negócio não foi revelado.
Tampouco foi informado o ritmo de expansão da extração de gás no país vizinho, que caiu por conta da crise, mas está em recuperação desde o início de 2010.
Para o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, o investimento no campo de Itaú tem como principal objetivo impedir a queda da produção de gás no país vizinho, que exporta até 30 milhões de metros cúbicos/dia do produto para o Brasil -há um contrato de fornecimento entre os países até 2019.
Questionado sobre o risco político de investir na Bolívia (país que sob o mesmo governo de Evo Morales já nacionalizou ativos da Petrobras e colocou tropas do Exército, em 2006, em campos da companhia), ele tergiversou.
Segundo Gabrielli, a estatal sempre disse que faria os investimentos necessários para manter o nível de produção capaz de suprir a demanda no Brasil.
PRODUÇÃO DE ÓLEO
A Petrobras estima que sua produção de petróleo no Brasil crescerá, em 2011, de 3,5% a 4% -o que corresponde a uma expansão, em volume, de cerca de 80 mil barris/dia frente à produção atual, que oscila na casa de 2 milhões de barris/dia.
Analistas preveem, porém, que na média do ano a produção ficará pouco abaixo dos 2 milhões de barris e distante da meta traçada no começo do ano de extrair 2,050 milhões de barris, em decorrência de paradas de plataformas não previstas.
Segundo o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, a extração de óleo em campos nacionais chegará ao final deste mês entre 2,020 milhões de barris/dia e 2,030 milhões de barris/dia.
O diretor disse ainda que a estatal divulgará sua meta para 2011 nos próximos dias e que ela vai prever uma faixa de produção, e não mais um número exato a ser atingido.
A maior parte do aumento da produção no ano que vem se dará ainda na bacia de Campos e em algumas áreas fora do pré-sal, que passará a ter mais importância a partir de 2014.
Fonte:Folha de São Paulo/PEDRO SOARES/DO RIO
PUBLICIDADE