Desembolsos aumentam 23% em 2010 e atingem R$ 168 bi; sem capitalização da estatal, crescimento teria sido de 5%
Montante liberado pelo banco no ano supera o volume previsto de investimentos de Vale e Petrobras juntas
DO RIO - Impulsionados pela capitalização da Petrobras, os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) chegaram, em 2010, a R$ 168,4 bilhões, crescimento de 23% em relação ao ano anterior.
É o segundo ano seguido que a Petrobras tem papel preponderante no desempenho do banco. Em 2009, a estatal recebeu R$ 25 bilhões para investimentos. Em 2010, o banco desembolsou R$ 24,7 bilhões na capitalização da petroleira.
O BNDES afirma que, sem a capitalização, teria registrado crescimento de 5% nos empréstimos. "As expectativas iniciais do banco não incluíam essa operação", afirma Gabriel Visconti, chefe de Orçamento do banco.
O montante liberado pelo banco em 2010 supera o volume previsto de investimentos nesse período de Vale e Petrobras juntas. Tomando como base os valores do PIB de 2009, o banco emprestou o equivalente a 32% do total de investimentos no país.
A concentração do financiamento no BNDES foi alvo de críticas no ano passado.
Segundo Visconti, após o pacote de medidas anunciadas pelo governo, a tendência é que o setor privado aumente a oferta de recursos.
As consultas de empréstimos, que funcionam como um termômetro da disposição do empresariado para investir, somaram R$ 255,9 bilhões, alta de 14%.
Em valor, algumas das principais operações envolvem estatais, como o financiamento para a construção de Angra 3 (R$ 6,1 bilhões).
Entre os setores, a indústria respondeu por 47% dos empréstimos, impulsionada pelo PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos), que tem juros mais baixos.
Empréstimos para micro e pequenas empresas somaram R$ 23,7 bilhões e mais do que dobraram ante 2009.
Fonte: Folha de São Paulo/JANAINA LAGE
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