Em meio à alta dos preços do gás natural no Brasil e de carona na nova lei do gás, regulamentada em junho, a petroleira portuguesa Galp anunciou nesta terça-feira que pretende atuar na venda direta do produto a partir de janeiro. Hoje, a empresa atua na produção e exploração de petróleo e gás.
Segundo o presidente da companhia, Andy Brown, o objetivo é se posicionar como líder na comercialização. Ele veio pela primeira vez ao Brasil depois da sua posse no início do ano, e falou com jornalistas na manhã desta terça-feira.
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— Temos nossa própria produção associada de gás. Como já temos uma equipe de comercialização de gás no Brasil, estamos bem posicionados e podemos vender gás para outros. Se a seca permanecer, o Brasil precisará de mais gás do que produz — afirma Brown.
E complementa:
— E a energia renovável não cresce tão rápido quanto a demanda. Então, haverá mais demanda por mais gás. Queremos nos posicionar como líderes na comercialização.
A Galp também tem planos ambiciosos para a energia renovável. Na semana passada, anunciou dois projetos de energia solar no Nordeste. Brown disse que vai investir entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões nesse segmento no país. Além de Bahia e Rio Grande do Norte, a companhia também mira outros estados, inclusive para energia eólica.
Energia renovável
A capacidade de produção nestes dois primeiros estados será de 594 MW juntos, com previsão de início em 2025. A estratégia, porém, é começar pelo Brasil e chegar a quatro gigawatts (GW) em energia limpa na América Latina até 2030.
— Achamos o Brasil atraente para começar. Claro que a demanda é mais concentrada no Rio e São Paulo, mas estamos procurando mais projetos no Nordeste. Estamos buscando diversificar as áreas onde investir — afirmou Brown.
Fonte: O Globo