O preço do petróleo segue pressionado pelo cenário de iminente recessão global e aumento da produção diante do impasse entre Arábia Saudita e Rússia, depois de ter encerrado o seu pior trimestre da história, com queda acumulada de mais de 60% nos primeiros três meses de 2020.
Às 10h17, os preços dos contratos para junho do Brent, a referência global, cediam 4,33%, a US$ 25,21 o barril, na ICE, em Londres.
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Já os contratos futuros para maio do WTI, a referência americana, tinham baixa de 0,54%, a US$ 20,37 o barril, na Bolsa de Nova York (Nymex).
Os preços, portanto, seguem nas mínimas de 18 anos.
“Um novo trimestre a mesma dor para o petróleo. Serão algumas semanas dolorosas para os preços da commodity, já que as esperanças de um acordo imediato de corte de produção de petróleo Topec+ (Texas, Rússia, Arábia Saudita e o resto da Opep) diminuíram”, destacou em nota a clientes o analista da Oanda em Nova York, Edward Moya.
A produção de petróleo da Saudi Aramco, a petroleira estatal da Arábia Saudita, saltou para mais de 12 milhões de barris por dia e as autoridades do país pretendem ampliar ainda mais até a sua capacidade total de produção, enquanto a Rússia reiterou que não planeja reativar as conversas tão em breve.
O desentendimento entre Arábia Saudita e Rússia se agravou depois que o Kremlin se recusou a apoiar um corte de produção na última reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), no início de março. A situação, que ajudou os preços a despencarem cerca de 55% semente no mês terminado ontem, é piorada ainda pelas paralisações na atividade econômica ao redor do mundo por causa da pandemia de coronavírus, o que reduz substancialmente a demanda.
Fonte: Valor