Os preços do petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira (11), com o WTI atingindo mínimas em mais de três semanas, depois de ter registrado, na semana passada, o pior desempenho para o período desde meados de dezembro.
O dólar forte voltou a ser citado como fator a pressionar. Assim como outras commodities, o petróleo é cotado na divisa americana, cuja valorização encarece o acesso à matéria-prima para investidores internacionais.
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O dólar sobe nesta segunda-feira pela oitava sessão consecutiva, na mais longa série de altas em dois anos. A moeda é amparada pela elevação dos juros dos Treasuries e pela busca por segurança diante das incertezas relacionadas às negociações tarifárias entre Estados Unidos e China.
Em Nova York, o petróleo WTI (março) fechou em queda de 0,59%, a US$ 52,41 o barril. Na mínima, desceu a US$ 51,23, menor patamar desde 17 de janeiro (US$ 50,98). Em Londres, o Brent (abril) caiu 0,95%, a US$ 61,51 o barril. Na mínima, foi a US$ 60,90, piso desde o último dia 7.
O índice DXY, que mede o valor do dólar frente a uma cesta de moedas, subia 0,43%, nas máximas desde o fim de dezembro do ano passado. Em oito sessões, o índice acumula alta de 1,7%.
“O dólar está se fortalecendo novamente hoje, ditando grande parte da fraqueza inicial do WTI hoje”, disseram analistas da Ritterbusch and Associates em nota. “O WTI mostrou-se muito mais disposto a seguir ações para baixo do que para cima na semana passada, com a força do dólar americano evoluindo como o fator decisivo para empurrar os preços do WTI para abaixo de nosso suporte US$ 53, o que nos forçou a deixar a recomendação otimista para uma neutra.”
O petróleo também continuou a ser pressionado devido às preocupações de que as negociações em prol de um acordo comercial EUA-China possam não acontecer tão rapidamente quanto se esperava inicialmente. “As negociações comerciais são a principal questão para o petróleo”, afirma Phil Flynn, da Price Futures, em Chicago.
Flynn lembra que os preços do petróleo caíram na semana passada quando o consultor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse à “Fox Business” que os EUA e a China ainda estão distantes de um acordo. “Embora esse comentário possa ser apenas uma tática de negociação, o mercado levou a sério e acabou amargando sua pior semana do ano.”
Nesta terça (12), a Administração de Informação de Energia dos EUA divulga seu relatório mensal “Short Term Energy Outlook”, que avalia o cenário de curto prazo para a demanda por petróleo.
A Opep publica também seu relatório mensal do mercado de petróleo amanhã. Na quarta (13), será a vez da Agência Internacional de Energia.
Fonte: Valor