A PetroRecôncavo definiu a faixa de preço na sua oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla em inglês) entre R$ 15,50 a R$ 19,50 por papel. Considerando a oferta base de 70.000.000 ações e o meio da faixa, de R$ 17,50, a operação pode levantar R$ 1,225 bilhão.
A oferta é totalmente primária, ou seja, os recursos vão para o caixa da empresa. Há ainda a possibilidade de um lote adicional de 14.000.000 ações e suplementar de 10.500.000 ações.
O Pipeline, site de negócios do Valor, mostrou no início do mês passado que a companhia esperava atingir uma avaliação de pouco mais de R$ 5 bilhões.
PUBLICIDADE
A precificação deve ocorrer no dia 3 de maio. As ações serão negociadas no Novo Mercado da B3 sob o ticker ‘RECV3’.
A PetroRecôncavo é uma operadora independente de petróleo e gás especializada na operação, desenvolvimento e revitalização de campos maduros em bacias terrestres. A companhia é uma das pioneiras em adquirir campos de petróleo terrestres oriundos do recente programa de desinvestimentos da Petrobras.
Em 21 anos de operação na bacia do Recôncavo, as reservas provadas da companhia passaram de 8,9 milhões de barris de óleo equivalente (BOE) em fevereiro de 2000 para 20,8 milhões de BOE em dezembro de 2020, sendo que nesse mesmo período a produção acumulada foi de cerca de 29,9 milhões de BOE.
A receita líquida da companhia atingiu R$ 787,8 milhões no ano passado, 131% a mais que os R$ 339,9 milhões de um ano antes. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 204% na mesma comparação, para R$ 474,4 milhões. Apesar dos avanços, a empresa fechou 2020 com prejuízo de R$ 81,7 milhões, revertendo o lucro de R$ 63,7 milhões em 2019.
Os recursos da oferta primária serão utilizados para pagamento das aquisições de ativos da Petrobras realizadas e em curso (55,0%); potencial aquisição de ativos da Petrobras (35,0%); e aumento da posição de caixa (10,0%).
“Destinaremos cerca de 55% dos recursos líquidos provenientes da oferta para capitalizar nossa companhia e subsidiárias de modo a fazer frente aos processos de aquisição de ativos da Petrobras em curso. Celebramos, em abril de 2019, dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, ‘contratos de compra e venda’ com a Petrobras para adquirir 100% das participações da Petrobras nos Polos Riacho da Forquilha, Remanso e Miranga respectivamente, que somam cerca de US$ 298 milhões a serem pagos ao vendedor. Financiaremos parte destas obrigações de aquisições com os recursos líquidos da oferta, parte com dívidas e também com a própria geração de caixa dos ativos.”
Os principais acionistas são a americana PetroSantander, que tem uma fatia de 49,18% e pode cair para até 31,46% se forem exercidos os lotes adicional e suplementar; o fundo Opportunity, de Daniel Dantas, com 34,92% e que pode cair para até 22,34%; e o grupo baiano Perbras, com 7,46% e que pode cair para 4,77%.
A operação é coordenada por Itaú BBA, Morgan Stanley, Goldman Sachs e Safra.
Fonte: Valor