A Petrorecôncavo espera que o gás natural represente entre 30% e 35% das receitas da empresa em 2025. Hoje esse patamar é inferior a 10%, informou nesta terça-feira o presidente da companhia, Marcelo Magalhães. O executivo destacou que a empresa quer se tornar a principal produtora de gás natural do Nordeste.
A companhia venceu recentemente a concorrência com a Compass, para fornecer gás à Potigás (RN) a partir de 2022, mas está em busca de novos contratos e está participando ativamente das chamadas públicas das distribuidoras de gás canalizado do Nordeste.
PUBLICIDADE
Segundo Magalhães, a Petrorecôncavo está em busca de novos contratos. Ele acrescentou que a Petrorecôncavo também mantém negociações para fornecer à Bahiagás (BA). Além do gás do Riacho da Forquilha (RN), segundo ele, a companhia também busca clientes para o gás do Polo Miranga (BA), cuja aquisição deve ser concluída até o fim do ano.
A Petrorecôncavo tem potencial para produzir um volume superior a 1 milhão de metros cúbicos diários (m3/dia).
A estratégia, conta Magalhães, é primeiro se consolidar como uma importante fornecedora de gás das distribuidoras regionais. “Mais adiante a ideia é fornecer para consumidores industriais dentro do mercado livre”, afirmou, em entrevista ao Valor.
O contrato com a Potigás, válido a partir de 2022, tem como condições precedentes o sucesso num acordo com a Petrobras, para acesso à infraestrutura de processamento e escoamento de gás. Segundo o executivo, a companhia está em negociações com a estatal e “tudo indica” que o contrato para acesso às instalações será fechado a tempo.
Ele não está satisfeito, porém, com as condições contratuais acenadas pela Petrobras. “A Petrobras transfere custos irreais. São ativos totalmente depreciados. As tarifas ainda estão sendo negociadas, mas os valores mencionados até agora estão muito acima dos praticados no mercado internacional e local”, comentou.
Em relação à Petrobras, aliás, o presidente da Petrorecôncavo disse que a empresa mantém conversas com a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), à venda pela Petrobras para o fundo Mubadala, para fornecimento do petróleo produzido pela companhia.
A empresa tem contratos, hoje, com a estatal para venda dos seus volumes, mas busca outras alternativas, diante da abertura do mercado de refino.
Segundo Magalhães, a Petrorecôncavo também monitora as oportunidades de venda de sua produção de óleo para o futuro operador da Refinaria Clara Camarão, que está à venda pela estatal dentro do Polo Potiguar (RN).
“Quem venha a adquirir Clara Camarão precisará de óleo leve [produzido pela empresa em Riacho da Forquilha (RN)]”, disse na entrevista ao Valor.
O executivo espera chegar, com os novos operadores do refino, a um “bom termo”, com condições contratuais melhores do que as que a empresa tem hoje com a Petrobras.
Fonte: Valor