Empresa quer ampliar atuação em mercados emergentes e estuda "seriamente" unir-se à Dongkuk na siderúrgica
Líder no mercado sul-coreano de aço e quarta maior siderúrgica do mundo, a Posco confirmou ontem o interesse em se agregar ao projeto da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) como sócia do empreendimento. A empresa já havia sido procurada pela conterrânea Dongkuk Steel Mill Co., atual sócia da joint venture cearense, mas até então ainda não havia deixado clara a possibilidade de vir a se juntar à CSP.
O comunicado foi dado em Seul, capital do País, pelo vice-presidente financeiro e chefe de planejamento da Posco, Choi Jong-tae, durante anúncio dos resultados financeiros da companhia - que teve seu lucro quase triplicado no segundo trimestre do ano. Segundo ele, a Posco possui planos de continuar em expansão em mercados emergentes, como o Brasil, e ressaltou que estuda "seriamente" unir-se à Dongkuk em seu plano de construir uma siderúrgica por aqui. Contudo, ponderou, a companhia ainda não chegou a uma decisão.
A Posco teria sido procurada pela concorrente sul-coreana em março deste ano. Após isso, uma fonte da empresa afirmou ao site Trending Markets que, entretanto, não havia nenhum interesse imediato em investir no projeto cearense. Contudo, ao que parece, as negociações avançam para uma mudança neste posicionamento inicial. Em fevereiro deste ano, inclusive, o CEO (presidente) da Posco, Joon-Yang Chung, acompanhado de três vice-presidentes, conheceu o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), onde será implantada a CSP, em uma visita de cortesia ao governador Cid Gomes.
Aproximação
A aproximação da companhia com o projeto foi confirmada pelo diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Eduardo Diogo, segundo informou o Diário do Nordeste na edição do último dia 25. Na ocasião, ele afirmou: "É possível que a Posco entre, sim". "Se a Posco entrar, agregará bastante no aspecto de mais know-how, mais conhecimento de mercado", reforçara o diretor da Adece.
A Vale, que completa a joint venture com a Dongkuk na siderúrgica do Pecém, também já havia deixado claro que existe uma busca por um novo investidor para a CSP.
Quando do início das obras do empreendimento no Pecém, em dezembro último, o presidente da Vale, Roger Agnelli, informara que estava buscando parceria com o BNDES. Já no mês passado, quando inaugurava a Companhia Siderúrgica do Atlântico, no Rio de Janeiro, em parceria com a ThyssenKrupp, ele disse ao Diário do Nordeste que a busca continua, mas que ainda não existe nada confirmado. "Ainda estamos abertos ao BNDES e a outros possíveis sócios", declarara.
Novo sócio é essencial
Hoje, a Vale é sócia majoritária da CSP, com 60% das ações, deixando a Dongkuk com os outros 40%. A entrada de um outro sócio é tida como requisito essencial para que a CSP possa ampliar a sua capacidade de produção, que será, no atual modelo, de três milhões de toneladas de placas de aço anuais. Uma segunda fase estava inicialmente prevista para dobrar essa produção, mas ela depende de novos investidores.
O Diário do Nordeste entrou em contato com a assessoria de imprensa da Companhia Siderúrgica de Pecém para obter uma resposta sobre as negociações, mas, até o fim da edição, não houve retorno.
Fonte: Diário do Nordeste(CE)/SÉRGIO DE SOUSA
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