A indústria siderúrgica mundial está aumentando a produção, apesar de uma demanda mais fraca, o que tem derrubado os preços.
Em alguns países, particularmente o Brasil e os Estados Unidos, os preços continuam altos, graças à firme demanda brasileira e à produção americana limitada. A americana AK Steel Holding Corp. informou em fevereiro que aumentaria em quase US$ 50 por tonelada os preços para seus laminados, medida seguida por outras siderúrgicas do país.
Mas os preços americanos - especialmente para aço laminado a quente - podem cair também, diz Peter Marcus, economista e analista de aço da World Steel Dynamics Inc., uma consultoria.
"Os compradores de aço nos EUA estão apontando para uma baixa no laminado a quente", diz. "Eles recebem ofertas de laminado a quente do exterior na faixa de US$ 740-US$ 800 por tonelada líquida, que se compara ao preço doméstico na faixa de US$ 870-US$ 890 por tonelada."
Muitas siderúrgicas multinacionais aumentaram a produção no segundo semestre de 2010, quando as economias se fortaleceram. As altas de preço ocorreram por causa da demanda mais forte - e dos custos mais altos para matérias-primas como minério de ferro, carvão e sucata - numa variedade de produtos, como aço para a indústria automobilística, tubos para os mercados de petróleo e placas para navios. O preço da placa de aço subiu 22% nos principais países produtores, e o dos tubos subiu 14%, no segundo semestre.
Agora, os preços estão caindo por causa de um desaquecimento na demanda, em parte motivado pelas turbulências no mundo árabe, pelos efeitos do terremoto e tsunami no Japão e pela oferta relativamente alta.
Na China, o maior produtor e consumidor de aço do mundo, a produção anualizada cresceu 16%, para 708 milhões de toneladas, de novembro a fevereiro, segundo a Associação de Aço e Ferro da China. Os preços no país caíram entre 8% e 10%.
Fora da China, a produção cresceu em fevereiro para um ritmo anualizado de 827 milhões de toneladas, em comparação com um auge de 811 milhões de toneladas em maio do ano passado, segundo a World Steel Dynamics.
Os preços das matérias-primas também têm caído. O do minério de ferro baixou 9,5% no mês passado no mercado à vista.
Embora os analistas não acreditem que os preços mais baixos do aço sejam parte de uma tendência de longo prazo, eles podem continuar em queda à medida que compradores e traders esperem e joguem as ofertas dos vendedores umas contra as outras. Usinas da Rússia, da Índia, de Taiwan e de partes da Europa tentaram aumentar os preços em 2% a 7% para vários tipos de aço, mas alguns compradores estão segurando suas encomendas.
"Há uma espécie de impasse no mercado da Europa Ocidental, porque os consumidores preferem esperar à margem em vez de fazer encomendas nos níveis inflacionados que estão sendo cobrados pelos produtores domésticos", diz uma nota de análise da consultoria britânica MEPS International.
Fonte: Valor Econômico/Robert Guy Matthews | The Wall Street Journal
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