Os preços do petróleo chegaram ao maior patamar de 2019, próximo de US$ 70 por barril, durante os pregões de ontem em Londres e Nova York, ampliando a tendência de alta decorrente dos cortes intencionais nas cotas de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e do impacto das sanções americanas na produção da Venezuela e Irã.
O barril do petróleo do tipo Brent, considerado como referencial internacional, atingiu cotação de US$ 69,96 por barril, a maior de 2019 - e desde novembro - no início dos negócios de ontem em Londres, em alta de 0,7%. O barril do petróleo referencial americano, West Texas Intermediate (WTI), subiu para US$ 62,99, em Nova York.
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No fim do dia, o petróleo terminou com uma pequena baixa, mas mantendo os preços em alta. O Brent para junho terminou a quarta-feira cotado a US$ 69,21, com baixa de 0,08%. O WTI para maio caiu 0,19%, cotado a US$ 62,46.
Os preços do petróleo recuperaram-se em 2019 depois da violenta queda observada no quarto trimestre, quando o barril do Brent caiu dos mais de US$ 86 registrados em outubro para cerca de US$ 50 no fim do ano.
A recuperação veio depois de a Arábia Saudita ter liderado a Opep no corte das cotas de produção, com o objetivo de compensar o rápido crescimento da produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos. A produção da Venezuela e do Irã, por sua vez, caiu fortemente em consequência das sanções americanas.
O aumento nos preços, no entanto, até agora não conseguiu superar a marca dos US$ 70, diante da possibilidade de novos aumentos na produção de petróleo de xisto e da pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, para que a Opep não exagere na limitação da oferta.
O analista Stephen Brennock, da corretora de petróleo PVM, disse que há "uma crescente percepção de inevitabilidade de que essa teimosa barreira vai ser superada em breve", mas ressaltou que pode ser necessário "mais um catalisador" para empurrar o barril para acima dos US$ 70.
Fonte: Valor