Com os estoques mundiais em recomposição e as lavouras do Meio-Oeste americano em condições favoráveis de desenvolvimento, cresce a pressão no mercado internacional sobre as cotações da soja. Os atuais níveis de preço na bolsa de Chicago estão em um patamar 17% inferior ao registrado no mesmo período de 2009 e já acumulam queda de 10,8% este ano, segundo levantamento do Valor Data.
Aliado a esses fatores, as notícias de cancelamentos, pela China, da compra de cinco cargas de soja provenientes do Brasil e da Argentina vem criando um ambiente de tensão nas negociações, principalmente porque os chineses não foram buscar o produto em nenhuma outra origem, segundo operadores.
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Ontem, os contratos para agosto fecharam o dia a US$ 9,355 por bushel e recuaram 0,75 centavo de dólar ante a segunda-feira. "Aparentemente os portos da China estão cheios e as atualizações do USDA no último relatório ajudaram a pressionar o mercado", diz Vinícius Ito, da Newedge.
No relatório de junho, o USDA elevou sua expectativa para a produção brasileira de soja na safra 2009/10 para 69 milhões de toneladas ante as 68 milhões estimadas no relatório de maio. Esse ajuste fez com que os estoques mundiais para o início da safra 2010/11 fossem elevados de 63,76 milhões para 65,47 milhões de toneladas.
Com a pressão externa, os preços internos também seguem em queda. Com a safra 2009/10 colhida, a maior oferta derrubou os preços da saca para R$ 29 na região de Sorriso (MT). Lá, as cotações já acumulam queda de 12,7% neste ano e de 30% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea).
Fonte: Valor Econômico/ Alexandre Inacio, de São Paulo
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