O minério de ferro com entrega imediata na China recuou para a mínima de quase 2 anos nesta terça-feira, em meio a uma ampla oferta global.
O minério com 62% de teor de ferro, referência para o mercado, caiu 0,3% para US$ 88,90 por tonelada, superando a mínima do ano, de US$ 89 registrada em junho.
As cotações se aproximam dos US$ 86,70 visto em setembro de 2012, segundo dados do Steel Index e, se romperem este nível, cairão a um patamar visto pela última vez em 2009.
A demanda da China, que compra cerca de dois terços do minério de ferro do mundo, continua firme, conforme dados de importação de julho, quando o volume comprado foi o terceiro maior registrado.
Por outro lado, o mercado em geral está inundado com a matéria-prima do aço.
O dado é ruim para a mineradora Vale, que exporta 150 milhões de toneladas do produto à China por ano, e pretende dobrar esse número até 2018.
Junto a grandes mineradoras como a Rio Tinto e BHP Billiton, a Vale continua elevando sua oferta, convencida de que seu modelo de produção de baixo custo irá superar rivais de custo elevado, incluindo mineradoras chinesas.
No entanto, a produção chinesa de minério continua a subir, com o volume produzido de janeiro a julho em alta de 9% ante o ano anterior.
Enquanto muitas mineradoras de pequeno e médio portes da China fecharam, sua produção total "responde por apenas uma pequena parte da produção agregada", disse o analista Cao Bo, da Jinrui Futures, em Shenzhen.
"Além disso, várias novas minas entraram em operação no último semestre. A nova capacidade substituiu a que foi fechada", disse ele.
Enquanto as ofertas de cargas de minério do exterior no mercado à vista continuam elevadas, a demanda está escassa, e alguns vendedores estão esperando que os preços se recuperem, disseram operadores.
"Operadores estão com dificuldade de vender porque os estoques existentes foram comprados a preços mais elevados. Alguns operadores estão tentando vender suas cargas, outros estão segurando", disse um operador de minério de ferro de Xangai.
Fonte: Folha de São Paulo\DA REUTERS
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