O presidente da Gerdau, Andre Gerdau Johannpeter, afirmou que a empresa não está interessada numa possível fusão com a Usiminas envolvendo a Açominas e que não há negociações em andamento. A empresa, no entanto, já fez um exercício sobre a união e afirma que as sinergias seriam muito relevantes e que o negócio traria grandes benefícios para os acionistas das duas empresas.
"Não estamos interessados", afirmou Gerdau à imprensa após reunião com analistas e investidores em parceria com a Apimec-Rio, acrescentando que a empresa não captou recursos com este fim.. "Não existe negociação", emendou, ao seu lado, o vice-presidente executivo de RI da Gerdau, Osvaldo Schirmer.
Schirmer afirmou que, caso fosse possível, a fusão entre a Açominas e a Usiminas seria muito benéfica para os acionistas das duas empresas. E garantiu que as sinergias seriam "muito, muito relevantes", maiores do que em qualquer outra configuração de fusão dentro do País. A concorrente CSN, que seria a outra interessada, tem realizado compras de ações ordinárias e preferenciais da Usiminas fora do bloco de controle da empresa.
Schirmer ressalvou, no entanto, que a simulação hipotética faz parte de um exercício hipotético que a companhia realiza com concorrentes em diversas partes do mundo e de forma constante. "Já fizemos isso com (ativos nos) Estados Unidos, Chile, Argentina", disse. "Somos obrigados a fazer isso, quero que isso fique claro". A empresa usou os recursos da última captação para pagar dívidas, fazendo com que o montante caísse de R$ 14 bilhões para R$ 12 bilhões entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano.
Cenário
O executivo diz que a empresa está observando um "descolamento entre o pânico financeiro" nos mercados e "o mundo real" na demanda por aço. Segundo ele, o consumo tem se mantido normal e a empresa não tem observado sinais de cancelamento de pedidos.
"O que vimos há duas semanas no mercado financeiro foi pânico. Já houve uma recuperação, agora notamos volatilidade", disse em reunião para analistas e investidores organizado em parceria com a Apimec-Rio. "Mas observamos que o consumo de aço continua igual".
Gerdau disse que a empresa está muito atenta ao momento de volatilidades e incertezas no mercado mundial, especialmente à inflação em países emergentes e aos problemas financeiros nos Estados Unidos e Europa. Mas afirmou estar convicto do aumento das vendas de automóveis em países como Brasil e Índia, o que manterá a demanda de aço em alta. "Nosso caminho (de crescimento) é pela Ásia e começando pela Índia", afirmou.
O vice-presidente executivo de RI da Gerdau, Osvaldo Schirmer afirmou que há uma tendência de recuperação de margens da companhia depois de um ano difícil em 2010, com retomada da demanda e perspectiva de alta de consumo de aço. A companhia projeta para este ano alta de 6% para o consumo no Brasil, 13% nos Estados Unidos e 4% no Canadá.
Resultados
No segundo trimestre, houve alta de 12% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida aumentou 9% na mesma comparação. No entanto, os custos saltaram 17%, devido basicamente ao aumento do preço de matérias-primas.
A perspectiva para o segundo semestre é que o Brasil se mantenha com cerca de 15% de participação na margem consolidada Ebitda, mesmo número do segundo trimestre de 2011, o que significa uma recuperação em relação ao primerio trimestre (13,5%) e ao quarto trimestre de 2010 (12,6%).
Sobre possíveis investidas da Gerdau e da CSN sobre a Usiminas, diante de rumores de fusão no mercado de siderurgia, o CEO desconversou. A CSN vem fazendo compras no mercado aumentando sua participação na Usiminas. "O que sabemos é o que está nos jornais", disse.
Fonte: AE
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