A futura ministra de Energia do México estava em busca de inspiração há dois anos, quando visitou o maior complexo de refino do mundo, um labirinto de usinas industriais e tubulações de mais de 3 mil hectares na Índia, onde mais de um milhão de barris de petróleo podem ser transformados em combustível e produtos petroquímicos todos os dias.
Rocío Nahle, que assumiu a pasta de Energia no novo governo do México em dezembro, acha que o país pode replicar o complexo de refino Jamnagar da Reliance Industries. Mas existem alguns obstáculos.
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O México planeja a construção de uma nova refinaria por US$ 8 bilhões em três anos, o tempo e dinheiro que a Reliance precisou para concluir uma única fase de seu complexo. E o México planeja tocar a obra sem usar fundos do setor privado, pressionando os cofres públicos e colocando em dúvida a eficiência de uma instalação estatal quando as seis refinarias do país perdem cada vez mais dinheiro com a produção de combustíveis.
Investidores e analistas não estão impressionados. “Não faz sentido”, disse Lisa Viscidi, diretora do programa Energia, Mudança Climática e Indústrias Extrativas do Inter-American Dialogue, um think tank com foco na América Latina e sede em Washington.
Mas, para o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, o projeto é uma missão.
O presidente mexicano tem ignorado os apelos dos detentores de títulos de dívida que pedem que a Pemex se concentre em seu negócio principal, de exploração, em vez de desviar a atenção para a construção de outra refinaria - amplamente vista como um caro símbolo da meta do presidente de reduzir o envolvimento e a influência de empresas e países estrangeiros no negócio de petróleo do México.
As próprias refinarias do México operam com cerca de 35% da capacidade, porque a Pemex não tinha recursos para investimentos, tornando o país dependente de combustíveis estrangeiros para atender à demanda doméstica. Cerca de 65% da gasolina que a Pemex vende no México é importada, principalmente dos Estados Unidos.
Fonte: Valor