A Braskem informou na sexta-feira que elevou o preço proposto na oferta pública de aquisição (OPA) voltada aos minoritários da Solvay Indupa para 2,40 pesos argentinos por ação. O novo valor é 77% superior aos 1,35 peso oferecidos inicialmente.
Em dezembro, a petroquímica brasileira anunciou a compra de ativos da Solvay Indupa, que tem fábricas em Santo André (SP) e Bahía Blanca, Argentina. A operação inclui oferta para comprar pouco menos de 30% de açõs que eram negociados na bolsa argentina. O preço, no entanto, foi recusado pelo órgão regulador de mercado de capitais na Argentina, a Comissión Nacional de Valores (CNV).
"A oferta apresentada pela Braskem, de 1,35 peso por ação, não está em linha nem com o valor das ações da companhia, que em 30 de setembro era de 2,81 pesos por papel, nem com a média de preços do quarto trimestre, de 3,92 pesos", informou a CNV em comunicado em janeiro. Na sexta-feira, a ação da empresa fechou a 2,80 pesos.
A Braskem espera que a nova oferta atenda aos requisitos do regulador argentino. "A companhia entende que a nova oferta é equilibrada e justa diante do entendimento trazido pela CNV em relação à Lei 26.831 do mercado de capitais da Argentina", informou a empresa em comunicado.
Em reunião pública realizada na sexta-feira no Rio, o vice-presidente de finanças e relações com investidores da Braskem, Mário Augusto, disse que se estudava uma nova oferta. e que "a aquisição da empresa argentina é importante para a consolidação do mercado de PVC no Cone Sul".
No Rio, Augusto disse que as negociações com a Petrobrás sobre duas questões importantes continuam, mas em passos lentos: o novo contrato de fornecimento de nafta, que vence no fim de fevereiro, e o do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj). Nos dois casos o principal tema é o preço da matéria prima, que no caso do Comperj é o gás natural.
Segundo a Braskem, o suprimento de nafta pela estatal será mantido até se obter um acordo. Hoje, a companhia compra 7 milhões de toneladas da Petrobras e importa outras 3 milhões. "Não temos muita flexibilidade", disse Augusto. Com relação ao Comperj, a negociação envolve o preço do gás natural que servirá de base para suas operações no complexo.
Fonte: Valor Econômico/Natália Viri e Elisa Soares | De São Paulo e do Rio
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