A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, começou a reduzir paulatinamente suas aplicações nas ações da OGX no ano passado, quando a companhia divulgou que não tinha encontrado óleo em um poço, disse Marco Geovanne, diretor de participações da Previ, em evento promovido ontem pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).
"Praticamente zeramos nossa participação em OGX antes dessa crise", afirmou. A fundação teve uma perda marginal com a aplicação, disse, pois a maior parte dos investimentos da Previ é feita em participações estratégicas.
Segundo Geovanne, a posição da fundação no papel estava em fundos passivos, que seguem a participação de seu índice de referência na ação. Depois desse "soluço" no ano passado, os gestores da fundação decidiram reduzir a posição em OGX, a despeito da participação do papel nos índices que são referência para suas carteiras. A Previ tem um patrimônio de aproximadamente R$ 160 bilhões, sendo R$ 90 bilhões em ações.
Geovanne também comentou o desinvestimento em ações da varejista Lojas Renner. A fundação avaliou que as visões da administração da empresa e dos acionistas quanto à condução dos negócios estavam desalinhadas.
Sobre a atuação da Previ como acionista ativa, Geovanne mencionou o investimento na empresa de alimentos BRF e seu apoio à recente mudança de gestão da companhia. Segundo ele, a avaliação era de que, passado o período de fusão, não se viu o resultado esperado. "Agora é esperar que os planos traçados sejam colocados em prática", disse.
"O estilo de investimento dos fundos de pensão é completamente diferente dos investidores de mais curto prazo", afirmou. Segundo Geovanne, o fundo de pensão quer entender a cabeça dos gestores e dos sócios da empresa para saber se ela vai gerar valor ao longo do tempo. "Pagamos R$ 9 bilhões em benefícios por ano e metade disso, entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões, vem de dividendos", afirmou para explicar a importância de geração de valor pelas empresas escolhidas.
Quanto à área de infraestrutura, um dos focos da fundação, o diretor disse que o principal veículo de investimento é a Invepar, empresa da qual a Previ é acionista. "Já investimos no aeroporto de Guarulhos e estamos estudando participar [da licitação] do Galeão." Geovanne também citou a privatização de rodovias e portos como oportunidades de investimento.
Fonte: Valor Econômico/Thais Folego | De São Paulo
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