Analistas de bancos e corretoras esperam um resultado fraco para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no quarto trimestre de 2012. A empresa ainda não definiu a data de publicação de seu balanço, a poucos dias de encerramento do prazo legal. A expectativa do mercado é que divulgue o resultado do último trimestre e do ano fechado até quinta-feira, dia 28, após o encerramento do pregão da BM&FBovespa.
As projeções compiladas pelo Valor com analistas cinco instituições financeiras - Goldman Sachs, Votorantim, Ágora, Credit Suisse e HSBC - apontam prejuízo médio no período de R$ 175 milhões. A estimativa do Goldman Sachs para o período é de um lucro líquido de R$ 43 milhões, enquanto a Votorantim Corretora prevê ganho de R$ 169,2 milhões. O relatório da corretora Ágora mostra resultado positivo de R$ 121 milhões.
Na contramão, pessimistas com o desempenho da CSN, estão os bancos Credit Suisse e HSBC, que estimam, respectivamente, prejuízos entre R$ 584 milhões e R$ 623 milhões.
O Goldman Sachs prevê receita líquida para a empresa de Benjamin Steinbruch de R$ 4,5 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 994 milhões. Com valor pouco abaixo, a Votorantim estima receita de R$ 4,24 bilhões no trimestre e Ebitda de R$ 813,6 milhões, com margem de 23,9%.
A projeção da Ágora, de R$ 121 milhões, significa uma queda de 85,2% em comparação aos R$ 817 milhões obtidos um ano antes. O relatório diz esperar melhores níveis de volumes na área de mineração devido à reestocagem das siderúrgicas chinesas no período e pela baixa produção dessa matéria-prima da China.
O volume estimado de venda é de 4,63 milhões de toneladas de minério de ferro, com queda de 31,9% em relação ao número do quarto trimestre de 2011. A corretora prevê que a CSN somente irá se beneficiar da recuperação de preços do minério e entregar melhores resultados no primeiro semestre de 2013.
No negócio aço, a Ágora prevê que a CSN atingiu venda de 1,56 milhão de toneladas, 30% acima do volume de um ano antes. O aumento se deve à aquisição da siderúrgica alemã de aços longos SWT no início (fim de janeiro) do ano passado, apta a fazer 1 milhão de toneladas por ano.
A receita líquida esperada pela Ágora é de R$ 4,32 bilhões no trimestre, 3,9% superior à de igual período em 2011. Já para o Ebitda, a estimava é de uma queda de 26,7%, para R$ 1,07 bilhão. Em função disso, a margem do resultado operacional seria de 24,8%, com queda de 10,3 pontos percentuais na comparação anual.
Em relatório, os analistas Alexander Hacking e Thiago Ojea, do Citi Research, projetam apenas o desempenho do Ebitda no quarto trimestre - R$ 1,1 bilhão, que representa retração de 26% na comparação anual. A margem operacional prevista é de 26%.
Segundo o banco, as vendas de minério de ferro devem permanecer estáveis na comparação trimestral, embora afetadas de forma positiva pelos preços maiores. Para este ano, os analistas do Citi rebaixaram o Ebitda da CSN a R$ 4,8 bilhões, contra a previsão anterior de R$ 5,3 bilhões.
Para o ano, Credit Suisse e HSBC preveem resultado negativo decorrente em grande parte da perda de R$ 1 bilhão no segundo trimestre devido à baixa contábil na reclassificação das ações da Usiminas no balanço. As estimativas para o Ebitda da companhia pelos dois bancos variam de R$ 4,17 bilhões (Credit Suisse) a R$ 4,87 bilhões (HSBC).
Fonte: Valor Econômico/ Ivo Ribeiro e Vera Saavedra Durão | De São Paulo e Rio
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