Apesar de o governo alegar que a privatização do setor seria causado pela escassez de recursos públicos para investir via Infraero, a privatização dos aeroportos vai ser mais uma do tipo chapa branca. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que vai bancar até 70% dos investimentos de longo prazo dos futuros concessionários após a privatização dos aeroportos internacionais Tancredo Neves (Confins) e do Tom Jobim, no Rio de Janeiro. O leilão está previsto para o dia 22.
E a participação máxima do BNDES ainda poderá ser ampliada pela subscrição de debêntures de infra-estrutura, por sua subsidiária BNDES Participações (BNDESPar).
O BNDES alegou que o financiamento visa a permitir que as empresas interessadas na privatização elaborem suas propostas. Os vencedores do leilão também poderão solicitar ao BNDES empréstimo-ponte (financiamento que permite agilizar investimentos via concessão de recursos no período de estruturação da operação de longo prazo).
O financiamento será extremamente generoso, principalmente, quando comparado com as condições de mercado, nas quais os bancos comerciais praticam juros draconianos. Os beneficiados pelo BNDES terão 240 meses para pagar o empréstimo de cada aeroporto. Em lugar dos juros de mercado, na faixa de 40% ao ano, o banco oficial vai corrigir o empréstimo pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 5% ao ano, ou cesta de moedas – a escolha é a critério da empresa.
O prazo do empréstimo-ponte será definido em função do tempo necessário para estruturação da operação. E estará limitado à data estimada pelo banco para entrada em operação comercial do projeto ou da primeira liberação de recursos do empréstimo de longo prazo.
Fonte: Monitor Mercantil
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