"Oil World" também vê incremento da safra de soja na América do Sul
Conforme a agência Reuters, o novo levantamento da "Oil World" projetou uma colheita particularmente volumosa na América do Sul, sobretudo no Brasil e na Argentina, onde as lavouras contaram com menos tecnologia no ciclo 2008/09, em função do encarecimento dos insumos, e foram castigadas por uma estiagem prolongada.
Segundo a publicação, a safra brasileira de soja deverá alcançar 63,7 milhões de toneladas em 2009/10, 11% mais que na temporada anterior (57,4 milhões). É menos do que projeta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas mais do que estima o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para o Brasil.
De acordo com informações já publicadas pelo Valor, o último levantamento da Conab aponta para uma colheita de 64,6 milhões de toneladas de soja em 2009/10, ante 57,2 milhões em 2008/09. O USDA, por sua vez, trabalha com 63 milhões de toneladas para o país, contra 57 milhões no ciclo passado.
Para a Argentina, segundo maior país produtor de soja da América do Sul, atrás do Brasil - que, no mundo, só perde para os Estados Unidos -, a "Oil World" projeta produção de 48 milhões de toneladas, 50% acima da colheita do ciclo 2008/09 (32 milhões). O USDA, que também trabalha com uma produção argentina de 32 milhões de toneladas em 2008/09, prevê 53 milhões na temporada atual.
Para Hemisfério Sul como um todo, incluindo países sul-americanos como Paraguai e Bolívia, a "Oil World" estima colheita de soja de 123,1 milhões de toneladas, volume 26,6% superior ao de 2008/09. Ainda que não divulgue uma estimativa hemisférica, o USDA corrobora o cenário de incremento da produção.
Com esta previsão de alta e a gorda colheita do Hemisfério Norte, que está em fase final, o USDA sinaliza que os estoques mundiais finais de soja alcançarão 57,09 milhões de toneladas na safra 2009/10, ante 42,41 milhões em 2008/09. É este aumento que, conforme analista, tende a exercer pressão sobre as cotações internacionais nos primeiros meses do ano que vem.
Ontem, na bolsa de Chicago, os contratos futuros do grão voltaram a subir, pouco, novamente em virtude do reaquecimento da demanda chinesa. "A demanda está muito forte e as exportações para a China estão fenomenais", afirmou Dale Durchholz, analista da americana AgriVisor, à agência Bloomberg. Os papéis para março subiram 0,25 centavo de dólar e fecharam a US$ 10,62 por bushel.(Fonte: Valor Econômico/ Fernando Lopes, de São Paulo)